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quarta-feira, 24 abril, 2024

Os 80 anos da Academia da Força Aérea

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A Academia da Força Aérea sediada em Pirassununga, copmpletou no fim de março (25) seus 80 anos de existência. Sua história confunde-se com a própria história da Força Aérea Brasileira

No dia 25 de março de 1941, apenas dois meses após a criação do Ministério da Aeronáutica, foi assinado o decreto que criou a Escola de Aeronáutica, com sede no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Passadas oito décadas de muitas mudanças, a razão de ser desta Organização Militar do Comando da Aeronáutica (Comaer), subordinada à Diretoria de Ensino (Direns), continua a mesma: o Cadete da Aeronáutica, o futuro líder da Força Aérea Brasileira (FAB).

Ainda nos primeiros anos da Escola de Aeronáutica, em decorrência das condições climáticas e topográficas não favoráveis à prática da instrução aérea e da crescente atividade aérea comercial no Rio de Janeiro, iniciou-se a busca por uma nova localidade para sediar a escola. Foi, então, designada uma comissão de Oficiais com a finalidade de escolher um novo local, isento das limitações do Campo dos Afonsos.

Entre os lugares cogitados, foi selecionado o interior do Estado de São Paulo, destacando-se a região compreendida entre as cidades de Rio Claro, Campinas e Ribeirão Preto. Pirassununga acabou sendo a escolhida, e após um período inicial de construção, foi inaugurado em 1960 o Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica (DPEAer).

“No dia em que entrei pelo Portão Norte do Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica, só havia aqui as construções que hoje abrigam a Divisão Administrativa e os Bancos, além dos seis hangares”, comenta o Coronel de Infantaria Veterano Celso Aparecido Mencucini Martins, que serviu no DPEAer à época, ainda como Soldado.

Em 1969, a Escola de Aeronáutica foi rebatizada como Academia da Força Aérea, e em 1971 foi transferida em definitivo para o interior paulista. A chegada dos cursos de Intendência (ainda no Campo dos Afonsos) e de Infantaria (na AFA em 1983, com a extinção da Escola de Oficiais de Infantaria de Guarda em Curitiba) deu maior amplitude ao escopo da formação dos futuros líderes da FAB.

O Ninho das Águias, modo como a AFA é carinhosamente chamada, forma também aqueles que são responsáveis pela gestão e logística e pelas ações de salvaguarda das pessoas e das instalações no âmbito do Comando da Aeronáutica.

“Alinhada às concepções de vanguarda que sempre permearam a existência da nossa Força Aérea, a AFA veio ao longo dos anos ampliando sua capacidade profissional e realizando os ajustes de rota sempre que as necessidades, contingências e evoluções tecnológicas assim demandavam.”, explica o comandante Interino da AFA, Coronel Aviador Marcelo Gobett Cardoso.

De maneira direta ou indireta, um efetivo de quase três mil pessoas da Guarnição de Aeronáutica de Pirassununga contribui para que os jovens militares cumpram sua rotina acadêmica e militar diariamente de forma ininterrupta. Aqueles que servem na AFA como instrutor, de voo ou da área acadêmica, reconhecem a importância desta missão.

“A Academia é, para mim, a Unidade mais importante da Força Aérea, pois é onde se forjam os futuros líderes desta Instituição. Quem retorna à AFA, como oficial no início da carreira, como foi o meu caso, e participa intensamente da instrução acadêmica, seja ela de voo ou não, além de contribuir efetivamente nesse mister, tem a oportunidade de sedimentar de vez seus alicerces profissionais que servirão de base para sua caminhada futura”, afirma o Coronel Aviador Veterano Paulo Farias de Castro, que serviu por duas vezes no Ninho das Águias.

Alinhada às demandas estratégicas da FAB, a AFA mantém-se em constante atualização, seja na sua estrutura física, seja nas suas práticas acadêmicas e doutrinárias. Após mais de 10.000 Aspirantes formados, a preocupação com a utilização de novos métodos de ensino, o uso de ambiente virtual de aprendizagem, a redefinição do sistema de treinamento simulado de voo e a modernização da aeronave T-27 Tucano são exemplos de ações que visam garantir que o Aspirante formado cumpra com excelência a missão de controlar, defender e integrar os 22 milhões de quilômetros quadrados que estão sob responsabilidade da Força Aérea.

“Para uma Instituição que não se acomoda com o passar do tempo, resta-nos estar à frente do nosso ciclo e, assim, nos preparar para os 100 anos da Força Aérea Brasileira”, finaliza o Coronel Gobett. A formação dos cadetes da AFA tem duração de quatro anos. Ao concluir o curso, os jovens recebem diplomas de bacharéis em Administração com ênfase em Administração Pública e bacharéis de acordo com o quadro escolhido: Ciências Aeronáuticas com habilitação em Aviação Militar, Ciências da Logística com habilitação em Intendência da Aeronáutica e Ciências Militares com habilitação em Infantaria da Aeronáutica.

Os Cadetes Aviadores são preparados para a pilotagem militar, sendo fomentado o desenvolvimento do espírito combativo; os Intendentes para desempenhar atividades administrativas e logísticas; os de Infantaria para defesa de pessoal e instalações, com foco em operações especiais, emprego de tropa, autodefesa e defesa antiaérea.

Os alunos falam sobre a Academia

Lembro de chegar naquele 11 de Janeiro de 2018 sem entender nada do que estava à minha volta. As pessoas, a correria, a rotina… um mundo completamente novo para mim. Continuei na luta para me encaixar pelo resto do ano até começar as práticas do Curso de Formação de Oficiais de Infantaria, no 2º ano, onde pude me encontrar dentro da missão da Academia e pude vislumbrar o futuro oficial que existe dentro de mim. Aprendi mais do que combate e patrulha. Aprendi a valorizar amigos e lutar de todas as formas para alcançar um objetivo.

Agora, em meu último ano de formação, sinto o quanto a AFA influenciou na vida de todos que passaram aqui dentro e fez crescer junto de si toda uma Força Aérea nesses 80 anos. Sinto o mesmo sentimento de todos que aqui já se formaram e daqueles que ainda se formarão. Sinto a dor e a angústia, mas também sinto o amor e o orgulho. Agradeço pelos ensinamentos de carreira e de vida e, além de tudo, pelos laços que aqui criei.

Cadete de Infantaria Jório
4º Esquadrão em 2021 – Turma Mihos

4º Esquadrão em 2021 – Turma Mihos

Atualmente estou no 3° ano, mas lembro-me como se fosse ontem eu conseguindo conquistar meu Espadim. Enfrentar uma adaptação e um 1° ano como 01 realmente não é fácil, mas é exatamente por isso que tenho respeito pelo símbolo máximo do Cadete.

Hoje, preparo-me para passar pelo 1° EIA e conseguir dar o meu melhor. Diante de todos esses desafios e, ainda mais nesse ano especial para nossa Organização, vejo o quão importante é a AFA para a formação do futuro Oficial. A Academia realmente não é fácil, mas tudo que ela espera de você é sua determinação e sua dedicação.

Cadete Aviador Bitar
3º Esquadrão em 2021 – Turma Anúbis

Para mim que cresci no berço da FAB acompanhando meu pai em diversas formaturas e serviços é incrível perceber que hoje visto a mesma farda que tanto admirava quando criança. Ser cadete da Aeronáutica me faz entender o quão abençoada eu sou, pois só quem marcha debaixo desses paraboloides tem a oportunidade de evoluir a cada dia de uma maneira diferente. A nossa árdua formação tem o poder de nos fazer superar limites e vencer barreiras.

Desde o primeiro dia que cheguei como estagiária, tenho sido desafiada com lutas diárias como a saudade de casa e da família, noites sem dormir, rotina intensa, fatores estressantes, medos enfrentados, entre outros desafios que nos levam à transformação de um civil para um líder capaz de cumprir missões em nome da Força Aérea Brasileira. Poder fazer parte do Corpo de Cadetes da Aeronáutica por mais uma geração é gratificante. E, neste ano de 2021, mesmo com todos obstáculos que estamos enfrentando diante de uma pandemia, não podemos deixar de lembrar que nesses 80 anos a missão tem sido cumprida com louvor.

Cadete Intendente Mielgo
3º Esquadrão em 2021 – Turma Anúbis

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