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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Ginastas alemãs estão usando uniforme contra sexualização

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Sarah disse estar orgulhosa de sua decisão e foi apoiada pela federação de seu país. Duas companheiras de equipe fizeram o mesmo na competição em Basel, na Suíça, que terminou no domingo (25/4).

A federação alemã disse que elas estão se posicionando contra a “sexualização na ginástica”, acrescentando que a questão se tornou ainda mais importante para prevenir o abuso sexual.

Esperamos que as atletas que fiquem desconfortáveis ​​com as roupas usuais se sintam encorajadas a seguir nosso exemplo”, disse Sarah Voss.

A ginasta Kim Bui também competiu com a nova roupa. Ela havia se apresentado inicialmente com um maiô tradicional na quarta-feira, mas disse que queria dar o exemplo como equipe.

Elisabeth Seitz, também da Alemanha, disse que, com o traje, tinha uma coisa a menos com se preocupar, porque não havia risco de mostrar sem querer alguma parte de seu corpo.

Sarah Voss explicou sua decisão em uma entrevista à emissora pública ZDF. “Todas nós, mulheres, queremos nos sentir bem nas nossas peles. Na ginástica, fica cada vez mais difícil à medida que você cresce, e seu corpo muda”, disse ela.

“Quando era uma garotinha, eu não via problema nas roupas de ginástica justas. Mas, quando a adolescência começou, quando minha menstruação chegou, comecei a me sentir cada vez mais desconfortável.”

A federação alemã disse que as atletas devem se sentir confortáveis ​​com suas roupas o tempo todo.

Em mensagem postada no Instagram na quinta-feira, Sarah disse que a decisão é um projeto “caro a todos da equipe”.

Seu desempenho na trave não foi tão bom quanto ela esperava, mas a mensagem que ela passou ganhou elogios generalizados. “Sentindo-me bem e ainda esou elegante? Por que não?”, ela escreveu na rede social.

De acordo com as regras da Federação Internacional de Ginástica, as atletas podem usar uma “malha de uma só peça com pernas compridas, do quadril até o tornozelo”, desde que tenha um design elegante.

Elisabeth Seitz disse que todas treinavam com uniformes de corpo inteiro e, em determinado momento, se perguntaram por que não deveriam fazer o mesmo nas competições.

As ginastas holandesas elogiaram a mudança. Um porta-voz da equipe voz disse à emissora pública NOS que os juízes costumavam deduzir pontos quando um atleta tentava deixar seu uniforme mais confortável para uma apresentação.

Voss disse que, embora ela nunca tivesse sofrido abusos, ela e seus colegas são exemplos para atletas mais jovens e por isso querem encorajar todos a se defenderem.

A ginasta norte-americana Simone Biles, que disse ter sido abusada sexualmente pelo médico esportivo Larry Nassar, hoje preso, disse na semana passada que um dos motivos de ela estar competindo nas Olimpíadas de Tóquio este ano era para falar abertamente sobre o abuso sexual no esporte e dar voz aos sobreviventes.

No Brasil, o técnico Fernando Lopes, ex-treinador da seleção brasileira de ginástica artística, foi acusado de abuso sexual por vários atletas e ex-atletas. O caso corre em segredo de Justiça.

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