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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Brasil tem 29 fábricas de carros paradas

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Total ou parcialmente, 13 das 23 montadoras brasileiras deram um tempo na produção. E as 13 tocam 29 das 58 fábricas, segundo a Anfavea

Uma crise considerada sem precedentes no fornecimento de componentes, aliada à queda da demanda no mercado interno com o agravamento da pandemia, levou à paralisação total ou parcial de 13 das 23 montadoras de automóveis do país, que somam 29 fábricas paradas, de um total de 58. Os dados são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Essa não é a primeira vez que parte da indústria interrompe atividades neste ano.

Entre janeiro e fevereiro, durante a crise de falta de oxigênio em Manaus, quatro fabricantes de motocicletas da Zona Franca paralisaram temporariamente a produção, segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Outras indústrias da região tiveram de reduzir turnos devido ao toque de recolher imposto para conter a proliferação do vírus no Estado.

Com a parada de produção, especialistas no setor automotivo estimam que até 300 mil veículos podem deixar de ser produzidos esse ano. E entre 60% e 70% dos cerca de 105 mil empregados diretos do setor estão em casa nesse momento. A paralisação temporária de parte da indústria piora a perspectiva para o desempenho da economia brasileira em 2021. As projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) já vêm sendo reduzidas desde janeiro, devido ao agravamento da pandemia e lento avanço da vacinação. No início do ano, a projeção do mercado para o avanço do PIB em 2021 era de 3,4%, após queda de 4,1% registrada em 2020. No boletim Focus do Banco Central mais recente, a previsão de crescimento para esse ano já estava em 3,18%. Mas os mais pessimistas já apostam em números abaixo dos 3%.

A Volkswagen foi a primeira montadora a anunciar a suspensão da produção no país, no dia 19 de março. Nos dias seguintes, os anúncios de parada se sucederam. Algumas das empresas justificaram com a falta de componentes o motivo para redução da produção, caso da Volvo e da GM. No último levantamento da Anfavea (relativo a março), estavam paradas Mercedes, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen, Volkswagen Caminhões e Ônibus, BMW, Agrale, Honda, Jaguar e Nissan. GM e Volvo não pararam totalmente, mas reduziram substancialmente a produção.

As paralisações começaram em 24 de março e as empresas planejavam voltar ao trabalho até o final de maio. Mas os analistas avaliam que as paradas podem ser estendidas, dependendo do andamento das medidas de isolamento social nos estados e cidades, já que em muito deles as concessionárias estão fechadas, impedindo as vendas.

Conforme Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Dynamics, consultoria especializada no mercado automotivo, são dois os motivos principais que levaram à onda de paralisação nas fábricas brasileiras de automóveis. “O primeiro motivo é a falta de peças, decorrente de logística internacional, e problemas de suprimento, principalmente de semicondutores”, afirma. Segundo Milad, o déficit de produtos se deve à recuperação da economia chinesa. A China é o maior produtor de chips do mundo e tem priorizado seu mercado interno na retomada, em detrimento da exportação para outros países. Além disso, os semicondutores também são usados pela indústria de notebooks, computadores, consoles de videogame, televisores e celulares, produtos cujas vendas cresceram muito na pandemia, devido à permanência das pessoas em casa. “Em paralelo a isso, há também a diminuição das vendas em função da paralisação dos grandes centros urbanos pela segunda onda da covid”, diz Kalume Neto.

De acordo com dados da Fenabrave, associação que representa as concessionárias, no acumulado de janeiro e fevereiro desse ano, foram emplacados 339 mil veículos no Brasil, entre carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. O montante representa queda de 14% sobre o mesmo período de 2020, sob impacto também do aumento de ICMS sobre a venda de veículos em São Paulo, estado que responde por mais de 23% da venda de carros novos e 40% das transações de usados no país.

LG desiste de fazer celulares no Brasil

Empresa tem prejuízo há seis anos; seus celulares não mais tão confiáveis como os iPhone, Motorola e Samsung

A LG anunciou na Coreia do Sul que decidiu abandonar o mercado de celulares. O grupo não mais produzirá smartphones nem irá competir com pesos-pesados como Apple, Motorola e Samsung. Na nota, a empresa reconhece prejuízo bilionário nesse segmento de mercado, no qual deixou de ser competitiva há seis anos.

A decisão da empresa tem impacto direto na forma como se organiza o mercado de celulares no Brasil. A LG costuma figurar na terceira posição das maiores fabricantes, logo atrás de Samsung e Motorola. Por ora não se sabe o destino da fábrica de Taubaté, onde telefones são feitos. Estima-se que a área de celulares da unidade empregue 400 pessoas.

No comunicado ao mercado, a fabricante promete informar as próximas etapas da decisão de forma aberta e transparente. Também diz que vai que seguir todos os compromissos jurídicos, um indicativo de que continuará prestando garantia e suporte técnico dos aparelhos que já foram comercializados.

Assim como outros gigantes de tecnologia, a LG atua em diversas outras frentes, como áudio e vídeo. A companhia detém posição de destaque na venda de TVs por aqui. No momento não há qualquer decisão sobre estes negócios, considerados lucrativos pela matriz.

Os sul-coreanos repetem os passos da Sony, que optou por reduzir drasticamente os investimentos no mercado de celulares nos últimos anos. Hoje em dia, alguns aparelhos são anunciados no exterior, mas a companhia não vendia mais smartphones no Brasil desde 2019. A empresa também parou de vender eletrônicos no Brasil em março.

Apesar das dificuldades, os engenheiros da LG seguiam o propósito de apresentar produtos inovadores. Eles conseguiram destaque na imprensa ao revelar um telefone com tela enrolável. O dispositivo expandia de 6,8 polegadas para 7,4 polegadas, num curioso movimento que lembrava filmes de ficção científica. Apresentado na feira CES 2021, em janeiro, o protótipo provavelmente jamais verá a luz do dia.

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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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