Empresa americana de aviação, Aerion apresentou nesta semana um jato supersônico que promete voar até sete vezes mais rápido do que aviões comuns e que transportam passageiros de um país para outro. De acordo com a empresa, o modelo Aerion AS3 atinge a velocidade de 6.200 km/h. Um Boeing 747, por sua vez, atinge velocidade máxima de 933 km/h.
Para ter uma ideia melhor de quão rápido é isso, a nova aeronave fará o trajeto entre Paris e São Paulo em apenas duas horas. Para efeito de comparação, o trajeto feito por um Boeing tradicional leva algo em torno de 11 horas. Já o trajeto entre as cidades de Los Angeles e Tóquio poderá levar apenas 3 horas, em vez de 12 horas.
O jato poderá transportar 50 passageiros por uma distância de até 7.000 milhas náuticas (quase 13.000 quilômetros) ao mercado é apenas em 2026. O avião ainda está sendo projetado e deverá fazer seu design concluído até o fim deste ano.
Este é o segundo avião que faz parte da família de jatos da companhia. Antes do AS3, a companhia também apresentou o AS2, um modelo menor e com capacidade para transportar entre 8 e 12 passageiros. Este modelo está previsto para chegar em 2024, em um voo de teste. A estreia no mercado está prevista para 2026. Aerion AS2 deve chegar ao mercado em 2026
Fundada em 2002 em Nevada, nos Estados Unidos, a Aerion é comandada por Robert Bass, bilionário americano e fundador do fundo de capital de risco Oak Hill Capital Partners. Bass está investindo em uma nova sede para Aerion, na Flórida.
Novo Concorde?
É quase impossível falar de aviões supersônicos sem mencionar o Concorde. O avião comercial supersônico fabricado entre 1965 e 1978 marcou época na aviação mundial por oferecer pela primeira vez uma maneira mais rápida de realizar voos longos em menos tempo do que com aviões tradicionais. O jato atingia velocidade cruzeiro de 2.158 km/h.
O problema era que voar no Concorde era caro e pouco confortável. Mesmo assim, o avião precisava decolar com pelo menos 90% de seus assentos ocupados para que a viagem não desse prejuízo por conta dos custos com combustível. A média de ocupação dos assentos era pouco superior a 50%.
As empresas British Airways e Air France foram as responsáveis por organizar os voos das 20 unidades do Concorde produzidas e utilizadas até abril de 2003, quando o modelo foi oficialmente aposentado pela pouca viabilidade comercial e por alguns acidentes envolvendo o avião, que era considerado bastante seguro até então.
Resta saber se os novos aviões da Aerion terão o mesmo destino.