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quarta-feira, 24 abril, 2024

Contratação de temporários cresce e vira alternativa na pandemia

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Número de admissões por meio da modalidade chegou a mais de dois milhões em 2020, alta de 35%. Contratações foram puxadas por setores como o de alimentos e farmacêutica

O abre e fecha do comércio e as incertezas sobre os rumos da economia em meio à pandemia da Covid tem impulsionado a contratação de trabalhadores temporários no Brasil. O número de admissões realizadas por meio da modalidade chegou a mais de dois milhões em 2020, aumento de 34,8% em relação a 2019, segundo a Associação Brasileira de Trabalho Temporário (Asserttem). A prática, que era bastante utilizada aos finais de ano por conta das festas, virou a solução do mercado para tempos de pouca previsibilidade e crise sanitária. Para especialistas, a tendência deve seguir neste ano.

Em 2020, a busca por esse tipo de contratação teve perfil diferente: 65% delas ocorreram na Indústria, para atender a uma demanda maior de trabalho em segmentos como, por exemplo, alimentos, farmacêutica, embalagens e agronegócio. “Historicamente, o comércio é que sempre puxou as contratações de temporários. Mas em 2020 foi a Indústria, um dos setores que mais chamou atenção foi o da alimentação”, diz Marcos Abreu, presidente da Asserttem. De acordo com ele, esse tipo de modalidade de trabalho acaba sendo eficaz e segura para as empresas que estão avaliando se a demanda que receberam é temporária ou não.

Abreu explica ainda que esse tipo de contratação foi usado para substituir funcionários do grupo de risco do coronavírus e também os que foram infectados pela Covid e precisaram ser afastados. “Os frigoríficos de frango foram os campeões de substituição e de afastamentos. Se houvesse suspeita, a pessoa era afastada por 15 dias”.

O contrato de trabalho temporário possui prazo limite de até 180 dias corridos, podendo o trabalho ser prestado consecutivamente ou não. Ele pode ser prorrogado apenas uma vez, por até 90 dias corridos. Esse tipo de contratação só é permitido em casos de necessidade transitória de substituição de pessoal ou demanda complementar de serviços da empresa.
O número de demissões em massa durante o ano passado também foi grande devido a todo o impacto econômico gerado pela crise sanitária. Marcos Abreu, da Asserttem, concorda que a tendência nesse ano é que a modalidade continue em alta. “A pandemia da Covid ainda traz insegurança às empresas, que devem se apoiar na modalidade para garantir maior flexibilidade de gestão e conseguir se manter no mercado”, diz.

O rumo incerto da economia em 2021, no entanto, torna mais difícil a efetivação dos profissionais temporários. O mercado de trabalho passa por momento bastante delicado. A taxa de desemprego, que foi de 14,1% no trimestre de setembro a novembro de 2020 e atingiu 14 milhões de pessoas, pode dar um salto com o fim da transferência do auxílio emergencial. Muitas pessoas que perderam seus postos de trabalho não voltaram a procurar outro por conta da pandemia e as regras de quarentena, mas agora voltam para fila do desemprego. O total de pessoas ocupadas no país caiu 9,4% na comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2019, o que representa redução de 8,8 milhões de pessoas, segundo o IBGE.

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