O Brasil parece ter se tornado uma ameaça para o resto dos países do mundo. Com o número de infectados e com uma nova variante da doença encontrada no país, o viajante proveniente do Brasil é o 2º que mais enfrenta problemas para entrar em outros países, atrás apenas da África do Sul.
Países mais afetados
O viajante que sai do Brasil enfrenta duros impedimentos em 116 países ou territórios, segundo levantamento feito com base em dados da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e do Skyscanner (agência de viagens online). Dos países da União Europeia, por exemplo, nenhum está aceitando viajantes daqui, a menos que seja apresentada alguma justificativa que explique o motivo da viagem nos tempos atuais. A dura medida é a mesma no Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Austrália, entre outros.
Por falar em Reino Unido, viajantes de lá vêm logo após os brasileiros na lista de “maior rejeição em outros países”, com 114 nações impondo restrições severas. A líder do ranking, África do Sul, acumula 119 localidades com as restrições.
Muito do fato do Brasil estar no topo do ranking é que alguns países incluíram os viajantes oriundos daqui em uma lista mais restrita. Na Colômbia, por exemplo, os voos originários do Brasil e Reino Unido estão suspensos. Nos EUA e no Peru, passageiros que estiveram ou transitaram pelo Brasil nos últimos 14 dias estão proibidos de entrar no país.
Essa restrição é reflexo não só do surgimento de uma variante da doença no país, mas também porque o país se aproxima das 2 mil mortes diárias em decorrência do novo coronavírus. Atualmente, pouco mais de 20% dos novos óbitos por COVID-19 no mundo foram registrados no Brasil – que ocupa o primeiro lugar nesse ranking.
Países menos afetados
Ao contrário dos líderes do ranking (África do Sul, Brasil e Reino Unido), passageiros oriundos da Bulgária, Chipre e Nova Zelândia são os que possuem menos dificuldades para transitar no exterior, são menos de 80 países com restrições severas ao viajante que chega de uma dessas nações.
Nova variante do vírus no Brasil
Todos os vírus, inclusive o causador da COVID-19, sofrem mutações. Essas mudanças genéticas acontecem à medida que o vírus faz novas cópias de si mesmo para se espalhar. Não é só o Brasil que identificou uma variante do vírus. Elas também apareceram no Reino Unido e na África do Sul. A maior preocupação com a nova cepa do COVID fica pela maior capacidade de contágio, o que pode justificar o aumento drástico no número de casos e mortes por conta do vírus no Brasil.
Diversos países sofrem com as restrições de entrada
Engana-se quem pensa que apenas o Brasil, a África do Sul e o Reino Unido sofrem com as restrições. Na média, cada um dos 233 países analisados enfrentam impedimentos e duras restrições, em pelo menos, 100 países ou territórios. Isso porque muitas nações optaram por fechar suas fronteiras, fechando seus aeroportos para operações internacionais, só permitindo ingresso de cidadãos do país ou fazendo as exigências de quarentena obrigatória, por exemplo.
Segundo o Banco Central (BC), em janeiro, o turista brasileiro gastou cerca de 308 milhões de dólares no exterior (aproximadamente R$1,7 bi), ante 1,4 bilhão de dólares (R$7,8 bi) no mesmo mês do ano passado, quando a doença ainda não era uma realidade no país.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os baixos números não afetam apenas o mercado internacional, mas também o doméstico, uma vez que o preço médio da tarifa comercializada em 2020 foi o menor registrado desde 2002.
Enquanto houver aumento de casos de contágio e o número de mortes continuar subindo, será muito difícil ver as restrições internacionais afrouxando para o turista que viaja do Brasil.