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quarta-feira, 4 dezembro, 2024

Participação de pastor em missa gera polêmica e abre debate sobre intolerância religiosa

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Pastor participou de celebração ecumênica na Quarta-feira de Cinzas, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus

Sob o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, a Campanha da Fraternidade de 2021 promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), tem como objetivo conduzir o povo católico a reflexão em torno de diferentes áreas da vida cotidiana (saúde, meio ambiente, família, etc.) e criar a oportunidade de diálogo entre diferentes convicções.

A Campanha lançada na Quarta-Feira de Cinzas, início da quaresma para os católicos (período de 40 dias até a Páscoa), começou com um caso polêmico e que abriu um debate de intolerância religiosa em Jundiaí.

Com o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, o padre José Carlos Pedrini abriu espaço para a contar com a presença do pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, Francisco Leite, na Missa de Cinzas realizada na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro Colônia no dia 17 de fevereiro. No entanto, a participação do pastor na realização da missa causou desconforto, principalmente por ele participar do momento de consagração da Eucaristia, momento sagrado para os católicos.

Transmitida ao vivo pela internet, o padre Pedrini ainda reforça o tema da Campanha da Fraternidade momentos antes de comungar. “A Campanha da Fraternidade é ecumênica, promovida pelas Igrejas cristãs”, disse.

Polêmica – O fato é que a participação do pastor na celebração da missa não agradou os católicos. No dia seguinte, a Diocese de Jundiaí abriu uma investigação e publicou uma nota assinada pelo bispo diocesano Dom Vicente Costa, responsável pela Igreja Católica em Jundiaí. Nela, o bispo afirmou que não tinha conhecimento da participação do pastor na missa e que a participação dele teria que ter sido comunicada. “Portanto, as devidas medidas canônicas administrativas cabíveis a este caso já estão sendo tomadas”, informou o documento.

No sábado (20), o padre Pedrini foi afastado de suas atribuições na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, sendo substituído pelo padre Giuseppe Bortolato. O caso também foi enviado à Roma, conforme configura as determinações legislativas da Igreja. De acordo com bispo Dom Vicente Costa, o padre não teria tido a intenção de infringir as regas da igreja católica.

“Uma inadequada compreensão das iniciativas relacionadas ao sempre louvável diálogo ecumênico talvez esteja na base de seu impulso. Importa salientar, portanto, que sua ação parece não derivar da consciência expressa de querer desobedecer às normas da Igreja Católica ou ferir a sacralidade da Santíssima Eucaristia”, diz em nota.

Intolerância – O pastor evangélico Francisco Leite disse que o assunto ganhou uma repercussão desproporcional. Informou que foi convidado à participar da missa e que o padre também participaria de um culto na Igreja Presbiteriana Unida do Brasil.

“Eu dei a saudação, falei sobre a campanha da fraternidade ecumênica e fui muito bem acolhido. Depois disso, surgiu algo que a gente entende ser desproporcional, mas não quero me aprofundar sobre o assunto”, disse.

O pastor afirmou ainda que participou da elaboração da Campanha da Fraternidade 2021 como representante da Igreja onde ele congrega. “Lamento por tudo isso. A Igreja Presbiteriana Unida de Jundiaí, na qual sou pastor, é uma igreja ecumênica por natureza. Nós pregamos a mensagem do ecumenismo, o respeito e a tolerância”, comentou o pastor.

O padre Pedrini não deu nenhuma declaração sobre o ocorrido.

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