O processo de cassação do mandato do deputado Fernando Cury começou a tramitar na Assembleia Legislativa de São Paulo esta semana
A deputada Isa Penna (PSOL) pediu para que o deputado Alex de Madureira (PSD) deixe o Conselho de Ética durante o julgamento do caso de assédio sofrido por ela e que envolve o deputado Fernando Cury (Cidadania).
“O Brasil viu você, deputado, que até agora não se dignou a dizer o que conversava com Fernando Cury antes de ele me assediar. E é por isso que espero essa resposta. Senão, até sexta-feira nós vamos entrar com esse mandado. A meu ver, é um mandado ganho, porque é um direito que nenhuma testemunha e nenhum cúmplice sejam julgadores de um caso”, disse a deputada no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Isa Penna foi apalpada na altura dos seios por Fernando Cury, em dezembro, e o assédio foi flagrado por câmaras que filmavam a sessão. O vídeo mostra ainda que Madureira (vice-presidente do Conselho de Ética) falava com Cury momentos antes deste tocar a deputada. No momento, Madureira ainda tenta segurar o colega pelo cotovelo.
O processo de cassação do mandato do deputado Fernando Cury começou a tramitar na Assembleia Legislativa de São Paulo esta semana. Cury foi notificado e terá cinco dias para apresentar sua defesa.
A deputada, vítima de assédio, disse esperar pela cassação de Cury. “Espero que o Conselho de Ética me escute, assim como a sociedade está me escutando. Os deputados vão ser capazes de me escutar e colocar no meu ligar suas filhas, esposas e mães”, disse ela.
Expulsão – O Cidadania recomendou a expulsão de Fernando Cury do partido. No entanto, a decisão da juíza Thaissa de Mourã Guimarães, da 20ª Vara Cível de Brasília, suspendeu o processo da comissão de ética do partido contra o deputado.
A defesa do Cidadania ainda tenta reverter a decisão da juíza ao protocolar um recurso em que pedem que seja julgada improcedente a ação da defesa de Cury contra o processo de expulsão. O pedido pede ainda que o deputado seja condenado por “litigância de má-fé”, ou seja, por tentar de forma intencional atrasar o andamento do processo.