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terça-feira, 23 abril, 2024

Demissão voluntária do BB deve afetar ao menos 60 funcionários na região de Jundiaí

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Além de contribuir com o desemprego, medida do Banco do Brasil deve gerar um impacto negativo também no atendimento aos clientes

O Banco do Brasil (BB) anunciou na segunda-feira (11) dois programas de desligamento incentivado que deve atingir ao menos 5 mil funcionários no Brasil. Na região de Jundiaí, o Sindicato dos Bancários prevê que pelo menos 60 funcionários sejam afetados pelas mudanças adotadas pelo banco.

Além disso, ainda não há uma previsão de quantos funcionários vão adotar ao Programa de Adequação de Quadros (PAQ). “Muitas vezes essa mudança força a pessoa a aderir ao plano de demissão voluntária. Um exemplo é se a pessoa trabalha em Jundiaí e será transferida para Guarulhos. Esse movimento acaba forçando o funcionário a se desligar”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, Paulo Eduardo Malerba.

De acordo com o Banco do Brasil, o PAQ visa ajustar a força de trabalho do banco, mudando empregados de setores com excesso de pessoal para outros com vagas disponíveis. Os empregados poderão fazer movimentações laterais e também optar pelo Programa de Desligamento Extraordinário (PDE). 

Além disso, segundo a instituição, as ações “visam otimizar a distribuição da força de trabalho, contribuindo para a redução de despesas e para a melhoria da eficiência operacional”. A economia líquida anual estimada com as ações é de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.

A decisão pegou todos de surpresa. Na região de Jundiaí, por exemplo, a estrutura do BB já está enxuta, segundo Malerba. “O banco não dialogou antes e anunciou o programa de maneira repentina. Sem dúvida o Sindicato é contrário a essas medidas que foram adotadas sem negociação, sem levar em conta o que os funcionários estão vivendo”, diz.

O anúncio do Banco do Brasil aconteceu após o banco registrar lucro líquido de R$ 3,08 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, ainda em meio a uma pandemia. Até por conta disso, Malerba aponta que essa “reestruturação” adotada pela instituição deve ter impacto negativo para o próprio banco.

“O Banco do Brasil é um banco lucrativo, rentável, competitivo e que também cumpre o papal social importante. É um banco público que financia 70% dos alimentos, por exemplo, através do credito rural, atividades produtivas, pagamentos de benefícios sociais. É importante [para a sociedade] que ele se mantenha forte nas cidades”, afirma.

Impacto – O banco prevê adaptações na rede de atendimento em 361 municípios, mantendo unidades próprias em 221 municípios e correspondentes bancários Mais BB, nos demais. Conforme o banco, com o novo modelo 1,3 milhão de clientes passarão a contar com um gerente de relacionamento exclusivo para interação digital por meio do canal Fale.Com.

Porém, para uma cidade como Jundiaí, essa forma de atendimento focada somente no tratamento digital com uma equipe mais enxuta, deve ter impacto negativo também nos clientes. “Além de reduzir a capacidade de atendimento, o que acaba aumentando as filas e dificultando o acesso aos serviços, tem assuntos que precisa de consultoria, uma assessoria financeira. Aqui em Jundiaí tem muitos micro produtores rurais que buscam por crédito e financiamentos. E esse papel, o de consultoria, aquele que precisa sentar para conversar, para tirar duvidas é o serviço que deve ser mais afetado. A tecnologia ajuda muito, mas na parte operacional”, aponta Malerba.

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