Com a instalação da Residência Inclusiva pela Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), Jundiaí passa a figurar entre os poucos Municípios do País a possuir um serviço de acolhimento institucional para adultos com deficiência.
O serviço, de alta complexidade conforme tipificação pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas), é voltado para pessoas entre 18 e 59 anos, preferencialmente egressos do serviço de acolhimentos para crianças e adolescentes e com diagnóstico de deficiências (intelectual, física, visual ou auditiva), desde que acompanhadas da incapacidade de autossustentabilidade e retaguarda familiar (vínculos familiares e comunitários existentes são mantidos).
Os encaminhamentos podem ser feitos tanto pelo Poder Judicial quanto pela rede socioassistencial, mediante avaliação prévia dos critérios de elegibilidade para o serviço. A residência fica localizada no bairro da Bela Vista e tem capacidade inicial para até dez acolhidos, em espaço com sala, três quartos, cozinha, área externa, banheiros e sala multiuso.
O serviço é vinculado ao Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas). Já a gestão, feita por meio de chamamento público, está a cargo da Organização da Sociedade Civil (OSC) Associação Pestalozzi de Sumaré, que disponibiliza no local mais de 20 funcionários (entre cuidadores, auxiliares, cozinheiros, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e coordenação).
A diretora do Departamento de Proteção Social Especial da UGADS, Ariane Goim Rios, destaca o ineditismo da Residência. “O serviço era muito aguardado no Município e é uma vitória tê-lo concretizado. A proposta é da Residência Inclusiva é trabalhar as potencialidades de cada um dos abrigados, de modo a adquirirem certa autonomia. É importante ressaltar que o serviço se trata de uma casa, onde são trabalhadas as perspectivas de inclusão, acesso geral e garantia de direitos. E para o trabalho em rede, a ideia é que os abrigados possam acessar os diversos serviços, como cultura, esporte, lazer, saúde e educação, de acordo com suas necessidades. Não se trata de uma instituição total, afinal esse é um paradigma já ultrapassado. Queremos promover uma real inserção na vida comunitária.”
O jovem Jair Santos, de 18 anos, é um dos acolhidos, junto com seu irmão João, um ano mais velho e que atualmente trabalha num restaurante de fast food. “De zero a dez, a nota que dou para o serviço é cem. No momento não trabalho, então ajudo a cuidar da arrumação da casa e dos jardins”. E compartilha dois sonhos. “Gostaria de virar ou mecânico de moto ou cantor de funk romântico, por isso estou aprendendo a tocar violão”, compartilha o jovem.
Outros acolhidos pelo serviço são os irmãos Pepe: Meiriane (49 anos), Marluci (45), Maurício (42) e Milton (39). A mais comunicativa do grupo, Marluci, também compartilha o dia a dia na casa. “Nossa rotina tem, além das tarefas domésticas, como arrumar o quarto, envolve muita criatividade, como pinturas e brincadeiras com massa de modelar. Temos também nosso tempo para cantar louvores. Enquanto nossa irmã toca, nós cantamos. Pela manhã, fazemos também a nossa caminhada matinal. Não vemos a hora de o vírus passar para podermos também ir ao shopping”.
Por conta da pandemia, os abrigados pelo serviço também são acompanhados pela Vigilância da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS).