No meio político há uma história que muito se assemelha à realidade atual, a do bode na sala. Alguém coloca um bode numa sala fechada e cheia de gente. No começo há revolta, mas depois as pessoas se acostumam com o cheiro do bode. Tempos depois, o mesmo cara que colocou o bode na sala o tira de lá. É um alívio. Ele se torna um herói, pois todos esquecem quem foi que trouxe o bode. Parece ser o que o imprestável e inútil governador de São Paulo está fazendo.
Baseado na Achologia, o homúnculo proibiu a venda de bebida alcoólica em bares e restarantes após às 20 horas. O caso foi à Justiça, e na quinta-feira o STF (que se mete em tudo) julgou o caso e disse que a proibição é válida.
Joãozinho Peralta baixou o decreto baseado em qual estudo? Quem prova que bar ou restaurante servir bebida alcoólica após esse horário transmite a Covid? Quer dizer então que até às 19h59 o vírus fica quietinho, escondido em alguma garrafa, e só sai após esse horário para contaminar pessoas? Pura Achologia, a “ciência” do eu acho que.
O homúnculo está brincando com a paciência dos paulistas. Há algumas semanas, esse ditadorzinho fez outro decreto, aumentando o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos bares, lanchonetes e restaurantes. Parece que ele tem aversão a bares – ou é um sério candidato a abraçar o Islamismo. Álcool não pode, e suruba, pode?
Para ele sim. Só pra constar: esse aumento do ICMS vai valer durante dois anos – é outro bode na sala. E aí, em 2022, o aumento acaba e ele vai querer posar de herói. 2022 é ano de eleições para governador, deputados, senadores e presidente – só pra lembrar.
Há de se ter cuidados maiores por causa da pandemia, isso é lógico. Mas há também de haver medidas sensatas, e não apenas o eu acho que. Para o homúnculo, trens e ônibus lotados não transmitem a Covid. E o medo do ditadorzinho é sobrecarregar os hospitais, esculhambados graças à ineficiência de seu governo. Por ora, vamos nos acostumar ao cheiro do bode.
ANSELMO BROMBAL
Jornalista
