Conhecida como ‘fruta do dragão’ por seu aspecto exótico e cores vibrantes, a pitaia tem conquistado espaço de cultivo na Terra da Uva. No bairro do Medeiros, uma experiência bem-sucedida iniciada em abril passado acaba de iniciar sua primeira florada, que encanta e até intriga quem não conhece a planta, pertencente à família dos cactos. “Nossa expectativa era de colher uma tonelada, mas pelo que estamos vendo a colheita deve ser de 2 a 3 toneladas”, diz o produtor Caíque Armagne Rosemberger.
Segundo dados da Unidade de Gestão de Agronegócio, Agricultura e Abastecimento (UGAAT), Jundiaí conta hoje com cerca de dez produtores de pitaia, que têm recebido apoio dos técnicos da unidade para investir nesse novo cultivo. Um dos pioneiros foi João Brunelli, que há 14 anos trocou as videiras pela pitaia, e não se arrepende: hoje ele tem 860 pés produzindo e outros 500 ainda novos, de um ano de idade, em sua propriedade no Traviú. “Para mim fez a diferença, pois a uva requer mais mão de obra, e a pitaia produz muito bem”, conta.
Segundo a diretora de Agronegócio da UGAAT, Isabel Harder, o número de produtores aumenta a cada ano. “Não são lavouras muito grandes, mas todos são caprichosos, e as plantas muito produtivas”, explica. Para se ter uma ideia, na última Festa da Uva, a segunda fruta mais presente no evento – depois da própria uva – foi a pitaia dos produtores locais.
Caíque, por exemplo, é a quarta geração de imigrantes que se instalaram em Jundiaí por volta de 1930. Na propriedade da família o forte eram as uvas, até que, no ano passado, ele resolveu diversificar. “A pitaia frutifica depois de dois ou três anos, então para nós foi até uma surpresa iniciar a colheita esse ano”, conta.
Nativa de países da América Central, a pitaia vem sendo cultivada em Israel e na China, e no Brasil tem avançado mais na região Nordeste. Suas flores, que só duram uma noite, abrindo de madrugada e fechando pela manhã, são um espetáculo à parte e atraem muitas abelhas.
Por enquanto, a produção de Caique tem sido vendida no “Ceasinha” de Jundiaí (Entreposto Central de Abastecimento de Jundiaí). “Mas com essa boa produção poderemos expandir”, aposta.