Fogo cruzado começou após declaração de Bolsonaro culpando Maia por beneficiários não receber a 13ª parcela do Bolsa Família
O clima entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que já não é dos melhores, voltou a esquentar nesta sexta-feira (18), após o Bolsonaro acusar Maia de não colocar em votação o pagamento da 13ª parcela do Bolsa Família. Cabe a Maia, como presidente da Câmara, comandar as pautas de votação da Casa.
Maia rebateu a acusação dizendo que e o presidente Jair Bolsonaro mentiu e ainda o comparou a “bolsominions”. Maia afirmou que o responsável por não expandir o programa Bolsa Família é o governo federal e que a Medida Provisória não foi votada, porque o próprio governo não queria que o texto fosse aprovado.
“O episódio, mais um episódio ocorrido no dia de ontem [quinta-feira], quando infelizmente o presidente da República mentiu em relação a minha pessoa. Aliás, muita coincidência, a narrativa que ele usou ontem, com a narrativa que os ‘bolsominions’ usam há um ano comigo em relação às MPs que perdem validade nessa casa. É a mesma narrativa”, afirmou Maia, em discurso no plenário da Câmara
O presidente da Câmara chegou a colocar em pauta uma MP que prorroga o pagamento do auxílio emergencial, incluindo nela o pagamento do 13º do Bolsa Família em 2020. Ainda pela manhã, o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), tentou amenizar a situação e articular para que a MP não fosse à votação.
Ao Congresso em Foco, Barros disse que Maia já havia reconsiderado o tema. “Já foi resolvido este assunto. Nada disso [MP 1000 e 13º do Bolsa Família] vai à pauta, vamos continuar com a pauta normal”, disse Barros.
Contradição – O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu uma declaração nesta sexta-feira (18) contradizendo a fala do presidente Jair Bolsonaro. Guedes disse que a concessão do 13º para os beneficiários do Bolsa Família configuraria em crime de responsabilidade fiscal e explicou que dois anos consecutivos com esse benefício, se configura em gasto permanente.
Rodrigo Maia informou ao Plenário que a MP, que trata do auxílio emergencial residual, não será analisada na sessão virtual desta sexta-feira (18). “O próprio ministro Paulo Guedes hoje confirmou que o presidente é mentiroso quando disse que de fato não há recursos para o 13º do Bolsa Família”, rebateu.