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quinta-feira, 28 março, 2024

Até onde um consultor político e uma coordenação de campanha está disposta a chegar

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Existe dois tipos de campanha, a vencedora e a derrotada, não podemos esquecer que campanha cara é campanha perdida, o que interessa é a vitória, é ter o controle da caneta por quatro anos.

Algumas questões ocorridas em campanhas eleitorais nos fazem pensar qual o limite das ações necessárias de um consultor político e a coordenação de campanha deve tomar para alcançar o objetivo acima.

Neste ano, várias decisões tomadas nos fazem pensar, os folhetos anônimos em Recife de ambos os lados e os ataques contra a candidata Manuela pelo simples fato de ela ser mulher, somadas as Fakes News espalhadas em mídias sociais e aplicativos como o WhatsApp; demonstrando que nossa jovem democracia ainda sofre com os preconceitos, com o machismo e com o racismo.

A ato mais sujo nas eleições de 2020 ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, onde o atual prefeito, solta uma mentira em material oficial de campanha, onde ele acusa o adversário de se unir a um partido para liberar a pedofilia. Pelo menos, essa coordenação de campanha, teve coragem de assumir a mentira que estava espalhando.

Em nossa região os campeões de voto (Jundiaí e Francisco Morato) foram as administrações que desde primeiro dia de governo focaram no trabalho, ao mesmo tempo que ampliaram as conversas com todos os setores do município, isolando os possíveis adversários, sempre comparando a capacidade de gestão, as gestões anteriores tinham sido horríveis.

A cidade de Várzea Paulista foi diferente, porque se tratava da candidatura do vice por 8 anos contra um grupo quem não contava com muita simpatia da população, a rejeição se dava pelo passado do candidato opositor, pela história do pai do candidato a vice e, pela coordenação de campanha de um ex-prefeito que é ficha suja. Neste caso foi apenas preciso mostrar que a oposição era um grupo de pessoas que representavam o atraso e o passado de muita tristeza na cidade.

Defendo sim que o passado dos candidatos seja exposto a população, eles precisam saber com quem esse candidato sempre esteja junto e o que já fez, bem como se ele é ficha limpa ou não e se tem processos contra sua pessoa, desde que seja em material oficial de campanha. Isso é obrigação da coordenação de campanha, não é ataque falar que fulano foi de tal partido, secretario em tal cidade junto com tal pessoa, o que a coordenação não pode se acovardar e querer soltar material apócrifo ou Fake News. Faço esse debate com muita tranquilidade com quem desejar.

Mas, qual o limite ético de uma disputa eleitoral? Até onde o marketing e a consultoria política está disposta a agir? Dois fatos ocorridos nas últimas eleições me chamam a atenção. E não se trata de teoria de conspiração, trata-se de minha opinião, nua e crua, vamos aos fatos.

2018, líder das pesquisas, mas cada vez que o candidato abria a boca perdia 2 pontos nas pesquisas. Coordenação de campanha desesperada, em algum momento esse homem teria a obrigação de enfrentar seus opositores em debates e a pergunta era: Como justificar a não participação? A solução foi simples, atentado em Juiz de Fora, no limite certo, afasta, transforma em vítima e não mata. Resultado, não participou de nenhum debate, a campanha continuou nas mídias sociais, tentaram matar o super herói brasileiro. O mais importante, o candidato não pode saber de nada, ele tem que acreditar mesmo que tentaram matá-lo e que o rapaz era filiado de um partido opositor. Até porque a coordenação de campanha dele sabia que sua boca é como bumbum de neném, nunca se sabe o que sai e quando sai. Isso é papel do consultor político e da coordenação de campanha, fazer o necessário sem o candidato saber.

2020, segundo turno da capital paulista, coordenação de campanha do segundo colocado, que até então fazia uma campanha paz e amor, identifica que sua vice é muto melhor e tem maior aceitação que o vice do adversário e, que quanto maior a abstenção no dia da votação mais chance dele ser eleito. Solução simples, as pessoas estão com medo de ir votar devido a pandemia, contamino o candidato com COVID 19 e colocaram a vice na rua para fazer campanha, cobrindo de norte a sul da cidade com seu Erundina Móvel. Ocorreu um pequeno aumento nas abstenções, mas insuficiente para alterar o resultado. Levando em consideração que o que interessa é a vitória, a coordenação tentou fazer algo diferente e isso é importante. Mesmo com essa estratégia, mantiveram uma linha light na campanha o que pode ter sido muito prejudicial, segundo turno é confronto. Tenho informações que uma corrente dentro do partido defendia fazer entrevistas com vários oncologistas falando de números das pessoas que sobrevivem e por quanto tempo depois do tratamento da doença, e que o vice denunciado por bater em mulher iria assumir, mas essa ação foi derrotada internamente.

Muitos vão me atacar devido este artigo, muitos vão dizer que isso não existe, mas só quem participa e estuda, de verdade, as eleição em nosso país sabe que não existe limite ético nesta guerra e, garanto, 2022 será muito pior, exemplo do maluco do Trump não reconhecendo sua derrota. Mas isso é tema para outro dia.

Marcio Medina, diretor do Grupo Novo Dia e um apaixonado por eleições.

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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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