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sábado, 20 abril, 2024

Pobre imprensa brasileira

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A imprensa, de modo geral, está precisando de reciclagem. Foi-se o tempo em que jornalistas tinham alguma convicção. Além de haver muitos inimigos da Gramática, que diariamente assassinam a Língua Portuguesa, os assuntos abordados são de uma pobreza de dar pena. Talvez por falta de assunto. Talvez por falta de discernimento. Basta olhar os sites noticiosos, a TV e as revistas.

Publicou-se mais sobre Donald Trump e Joe Biden do que nosso corrupto e imprestável Congresso. Dá-se mais destaque a histórias banais, como cães ou gatos atropelados, ou maltratados por seus donos, do que a miséria que nos rodeia. Miséria física e intelectual.

Em outros tempos havia sensacionalismo, e todos sabiam que era só sensacionalismo. A mesma notícia publicada no jornal O Estado de São Paulo era completamente diferente em outro jornal, como o Notícias Populares. Talvez o mais correto fosse Notícias Populescas. Jornal que, dizia-se, que se espremesse sairia sangue, se chacoalhasse caíriam facas, punhais, canivetes e revólveres.

E então vieram os tempos do politicamente correto. Em termos esse correto. Não se publica mais o nome de marginais, pois, mesmo apanhados em flagrante, são tratados como suspeitos. Fotografias nem pensar. São notícias vagas, superficiais, do tipo “um homem de 30 anos foi preso acusado de…” Publica-se somente os nomes de policiais, guardas municipais e outros agentes envolvidos no caso. São tratados como heróis, quando na realidade estão cumprindo sua obrigação. A seguir esse raciocínio, logo haverá notícias de um dentista (hoje odontólogo) que fez uma obturação, ou que um médico atendeu a uma consulta.

Credita-se parte dessa ignorância às faculdades de Jornalismo. Nâo é bem assim. A ignorância tem raiz. Começa nos anos do ensino fundamental e perdura até o ensino médio. Não há formação de verdade. Há uma série de leituras, ensinamentos, provas, testes, que não condizem com a realidade.

Nivela-se tanto por baixo que até a Língua Portuguesa foi adaptada à ignorância. Suprimiu-se acentos e grafias com a Reforma Ortográfica. É o princípio do “já que ninguém ensina ou aprende regras de acentuação e de hifenização, vamos tirar tudo isso das regras gerais”. Fica mais fácil, mais prático e mais cômodo. Até a centenária muzzarella italiana aqui se tornou muçarela.

Alguém já disse e eu repito – o mundo vai acabar em burrice. Enfim, é o que temos para hoje…

ANSELMO BROMBAL
Jornalista

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