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quinta-feira, 28 novembro, 2024

Pela primeira vez na história, trabalho feito no São Vicente em Jundiaí é publicado em revista internacional

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No dia 14 de novembro, mais uma página na história da medicina foi criada e publicada com a ajuda dos profissionais da equipe de cardiologia e cirurgia cardíaca do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV). Durante um ano, médicos de 49 centros de saúde distribuídos pelo Brasil, participaram do estudo sobre o uso da rivaroxabana (novo anticoagulante oral-NOAC) x varfarina sódica, medicação conhecida como Marevan, no tratamento de pacientes com prótese biológica valvar mitral e arritmia. Essa é a primeira vez que brasileiros conseguem publicar um estudo criado e coordenado só por profissionais do país em uma das mais respeitadas publicações médicas do mundo, a The New England Journal of Medicine.

O investigador principal do estudo em Jundiaí foi o médico cirurgião cardiovascular do Hospital São Vicente, Dr. Alexandre Zilli. Também contribuíram para a pesquisa os médicos, Dr. Luiz Carlos Bettiati, Dr. Raul Gaston e Dra. Mariana Jodar, além da colaboradora da Unidade Coronariana da instituição, Nívea Maria Pedrozo. “Esse estudo teve como objetivo sanar um questionamento que já existia na medicina. Avaliamos se os pacientes com prótese biológica valvar mitral e que tinham ao mesmo tempo arritmia cardíaca, precisavam de fato fazer uso do Marevan, uma medicação muito complicada, utilizada na prevenção de coágulos dentro do coração e que necessita de um ambulatório de acompanhamento desses pacientes. É um remédio que tem dificuldade de manter os enfermos adequadamente tratados durante muito tempo, já que nesse cenário os exames de rotina devem ser realizados com o intervalo de 15 dias para avaliar se a dose está sendo adequada e se está fazendo efeito”, explica Dr. Alexandre.

Durante os testes, a equipe responsável pelo levantamento em Jundiaí, incluiu mais de 40 pacientes no estudo, sendo uma das regiões que mais contribuiu com a pesquisa, destacando o nome dos profissionais na publicação. Ao todo, 1.005 pacientes foram avaliados por cardiologistas de hospitais como o Albert Einstein, Hospital do Coração (HCOR) e Sírio Libanês.

“Atualmente nós temos o que chamamos de NOACs, que são os novos anticoagulantes orais, que servem para substituir o Marevan, mas não tinha nenhuma publicação ainda que comprovasse que esses medicamentos eram eficazes. O estudo sobre o uso da rivaroxabana foi criado para ver se essa nova droga, chamada comercialmente de Xarelto, tinha o mesmo efeito que o Marevan. No final, identificamos por meio da pesquisa, que o Xarelto é igual ou melhor que a varfarina e felizmente o estudo já está validado para que os pacientes utilizem a medicação”, comemora o médico.

O trabalho foi apresentado no Latest Clinical Trials, que aponta os estudos clínicos mais recentes, sessão mais famosa da Associação Americana do Coração (American Heart Association). O principal, entre os benefícios do novo remédio, é que o mesmo pode ser aplicado em dose única para todos os pacientes, além de não precisar de acompanhamento ambulatorial para controle do sangue.

“Esse é o primeiro estudo brasileiro que irá mudar os protocolos clínicos atuais na utilização dessa medicação no cenário descrito. O coordenador principal foi o Dr. Otavio Berwanger, do HCOR, que possui um dos melhores centros de estatísticas do Brasil e também nos auxilia com outras pesquisas. Ficamos muito satisfeitos e felizes em participar de algo tão relevante para a comunidade médica”, finaliza Zilli.

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