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quinta-feira, 28 março, 2024

Lua deu sorte para Cristóvão Colombo

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Põe sorte nisso – em 1504, em sua última viagem à América, Colombo ficou preso, e para conseguir o que queria, usou seus conhecimentos de astronomia, que não eram poucos

A história oficial é que Cristóval Colombo descobriu a América em 1492. Há quem afirme que os vikings já tinham estado nessas terras muito antes disso. Mas não vem ao caso. Colombo é o descobridor e ponto. Depois da descoberta, Colombo fez outras quatro viagens, e na última, em 1504, problema dos grandes.

Primeiro, seu barco naufragou e acabou encalhado numa praia da Jamaica. A viagem havia começado em 1502, e Colombo já estivera na Jamaica, batizando-a de Ilha de Santiago. Inteligente, negociou com os nativos para se abrigar por lá, além do fornecimento de comida. Os genoveses enviaram um grupo, comandado por um de seus colaboradores, Diego Méndez de Segura, de canoa à ilha de Hispaniola em busca de ajuda para resgatá-los.

O resgate não chegava, até que em 1503 o negócio entre nativos e o descobridor se azedaram. “Eles se revoltaram e não queriam levar comida para ele como antes”, anotou Méndez de Segura em seu testemunho. As memórias de Méndez de Segura e os detalhes desta última viagem foram publicados em 1825 por Martín Fernández de Navarrete no livro Coleção de viagens e descobertas feitas pelos espanhóis por mar desde os finais do século 15.

Se eles quisessem sobreviver, tinham de fazer alguma. E Colombo elaborou um plano tão brilhante quanto perverso: assustar os nativos com um eclipse que aconteceria em 29 de fevereiro de 1504, o dia extra daquele ano bissexto. E Colombo sabia por seus estudos que não era um eclipse qualquer, mas um eclipse lunar que mancharia o satélite da Terra de vermelho como o sangue. E ele poderia apresentá-lo como um castigo divino do qual os nativos não podiam escapar.

Segundo o relato de Méndez, “ele (Colombo) convocou todos os chefes e disse-lhes que estava maravilhado por eles não lhe trazerem a comida como costumavam fazer, sabendo, como ele havia dito, que tinha vindo por ordem de Deus”. O explorador disse “que Deus estava zangado com eles e que lhes mostraria naquela noite por sinais que faria no céu; e como aquela noite era o eclipse da Lua, quase tudo escureceu”.

Colombo reforçou a idéia de que Deus causou o eclipse por raiva porque não lhe trouxeram comida e acreditaram nele e saíram com muito medo e prometeram que sempre lhe trariam comida. Colombo sabia a que horas o eclipse começaria e que a Lua ficaria vermelha.

O eclipse lunar tem duas partes principais: uma é o início, que é a parte parcial, em que a Lua parece parcialmente escura. E quando está toda preta começa a segunda parte, que é a da totalidade. A eclipse de 1504 também teve uma característica especial: a Lua foi eclipsada ainda sem nascer, abaixo do horizonte. Então, quando apareceu no céu, já estava parcialmente escura. E depois da totalidade, os eclipses da Lua fazem com que ela pareça vermelha, pela refração da atmosfera da Terra. Isso porque a luz do Sol não chega diretamente à Lua, mas parte dela é filtrada pela atmosfera terrestre e as cores avermelhadas e laranja são projetadas no satélite natural.

A comida apareceu, e em junho do mesmo ano Colombo e seus seguidores foram resgatados.

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