Testes foram suspensos após a morte de um voluntário no dia 29 de outubro. Caso foi relatado à Anvisa no dia 6 de novembro
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (10), o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse o “evento adverso” que levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a suspender os testes com a Coronavac, teve influência externa sem relação com a vacina.
Ao longo da entrevista, os especialistas evitaram dar detalhes sobre o caso que levou à suspensão dos testes, que já estão na 3ª fase. No entanto, o secretário-executivo do comitê de contenção do coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, admitiu tratar-se da morte de um voluntário, mas sem relação com a vacina.
De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, parceiro da empresa chinesa Sinovac no desenvolvimento do imunizante, o fato havia sido informado à Anvisa no último dia 6. Mas foi notificado ontem à noite pela agência, por e-mail, sobre a suspensão dos testes, mesmo com relatório detalhado de que o caso não teria relação com a vacina.
Covas disse que a Anvisa noticiou a suspensão 20 minutos depois, embora uma reunião entre as partes estivesse agendada para esta terça-feira (10). “Essa vacina não teve reação adversa grave. É a vacina mais segura até esse momento”, aponta.
A suspensão dos testes pela Anvisa ocorreu no mesmo dia em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o primeiro lote com 120 mil doses da Coronavac chegaria a São Paulo no dia 20 de novembro. A aplicação de qualquer medicamento ou imunizante, porém, depende de aprovação da Anvisa.
Disputa política – A vacina Coronavac é alvo de disputa política envolvendo o Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. Nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para atacar Doria. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu.