A partir do fechamento da 39ª semana epidemiológica, que registrou queda no número de novas mortes pelo novo coronavírus, o Brasil passou a ter taxa de transmissão em desaceleração.
Segundo análise do Imperial College de Londres, o país está com a taxa de transmissão de 0,95, ou seja, um grupo de 100 infectados pode transmitir o vírus para mais 95 pessoas.
Na avaliação anterior, o Brasil registrou taxa de 1, e, na semana 37, havia fechado a menor marca desde a intensificação da pandemia, com índice em 0,90.
Até agosto, o Brasil chegou a ficar por 16 semanas consecutivas com a taxa de transmissão acima de 1, sendo o país da América Latina que ficou mais tempo com altos números de transmissão da Covid-19.
Quando o índice está acima de 1, a previsão é de aumento de casos. Desde agosto o Brasil oscila na taxa de transmissão, o que pode significar instabilidade na caminhada para a queda da curva epidemiológica, apontam especialistas.
“Por ter essa propagação dinâmica, é preciso sempre muita cautela e não confiar em apenas um indicador e em suas alterações pontuais – que muitas vezes flutuam de um dia para outro – mas sim uma avaliação conjunta ao longo do tempo”, indica o pesquisador da UnB, Ivan Zimmermann.
Por isso, a avaliação para preparar respostas deve levar em conta outros fatores como números de novos casos e óbitos, taxa de ocupação de leitos, e dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).
Até o momento, o status do contágio continua sendo considerado lento a estagnado no país. “Enquanto não tivermos a disponibilidade de intervenções comprovadamente seguras e efetivas, como as vacinas atualmente em estudo, haverá o risco de novos aumentos na taxa de transmissão e a necessidade de reforço das medidas não farmacológicas”, alerta Zimmermann.