O mês de setembro deste ano foi o mais quente já registrado na história, com temperaturas muito altas registradas na Sibéria, no Oriente Médio e em partes da América do Sul e Austrália, afirmou o Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S) da União Europeia nesta quarta-feira (6).
As altas temperaturas são resultado do aquecimento global causado pelas emissões de gases que retêm o calor. Mas neste ano o calor desempenhou um papel importante nos desastres, desde incêndios na Califórnia e no Ártico até inundações na Ásia, apontam os cientistas.
“À medida que entramos em um mundo ainda mais quente, certos extremos tendem a acontecer com mais frequência e ser mais intensos”, disse o cientista sênior da Copernicus, Freja Vamborg.
Considerando o mundo todo, este setembro foi 0,05°C mais quente que o mesmo período de 2019 e 0,08° mais quente que em 2016, anos que tinham os dois maiores recordes.
Nos últimos três meses de 2020, eventos climáticos como o fenômeno La Niña e os baixos níveis projetados de gelo marinho do Ártico no outono influenciarão e o ano como um todo se tornará o mais quente já registrado, disse o serviço da Copernicus.
Os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados no mundo. As temperaturas globais médias já subiram cerca de 1ºC acima dos tempos pré-industriais.
Os países concordaram, sob o acordo climático de Paris de 2015, em tentar limitar o aquecimento em 1,5°C, o que poderia reduzir os impactos catastróficos resultantes da mudança climática.
Mas mesmo que grandes emissores como China e União Europeia tenham se comprometido, com as políticas atuais a temperatura vai subir mais 1,5°C.
“Esse é o ponto-chave. A Terra aqueceu muito e continuará aquecendo se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo que estão no momento”, disse Vamborg.