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sexta-feira, 29 março, 2024

Relações abusivas: dá para cair fora

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Muitas pessoas vivem relacionamentos abusivos há anos, desvalorizando aspectos fundamentais como autoestima, amor-próprio, equilíbrio emocional, autoconhecimento, respeito…

“Pode ser uma mãe que abusa da autoridade com seus filhos. Pode ser uma amiga mandona que controla sua turma. Pode ser um marido possessivo que impede sua mulher de trabalhar fora. A pessoa exerce poder sobre outra, tolhendo sua liberdade, humilhando, denegrindo, impondo sua forma de pensar e ser, de modo que ela acaba perdendo parte de sua identidade e de sua possibilidade de escolha”, afirma Marcia Dolores Resende, psicóloga, conselheira em Desenvolvimento Humano e Estudos da Família no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e especialista em Estudos da Medicina Comportamental. E como identificar uma relação de abuso?

Frequentemente, o domínio é exercido por alguma vantagem que uma das partes tem sobre a outra, como condição financeira, por exemplo. “Uma pessoa pode se sentir superior às outras por ter mais dinheiro. Com os amigos, ela acha que pode determinar os programas que vão fazer. Com a mulher, ou com o marido, a pessoa se sente no direito de fazer tudo do seu jeito, inclusive em relação à educação dos filhos, já que ela ‘banca a família’”, explica Marcia.

Segundo ela, esse tipo de relação resulta também na humilhação em público. Exemplo disso é a postura de reprovação da pessoa abusadora, quando a abusada expressa suas idéias durante um encontro entre amigos ou familiares. “Ao notar que o outro não gostou, a pessoa se sente intimidada, envergonhada, acaba se calando e ficando apática. Pior: muitas vezes, a parte que teme desagradar insiste em querer justificar a todos

Quem passa por esses abusos, muitas vezes, finge já ter se acostumado, e prefere continuar do jeito que está do que enfrentar os desafios que virão pela frente. “Essa acomodação pode estar relacionada à própria personalidade da pessoa, alguém que frequentemente se sente frágil e, mesmo sendo abusada, se sente protegida pelo outro.

Daí, cria-se uma relação simbiótica, na qual um depende emocionalmente do outro, formalizando um processo de desrespeito e submissão, que é alimentado continuamente”, explica Marcia.

Mas dá para sair. Em alguns casos, a situação pode chegar a extremos de agressão verbal ou física, o que passa, então, a demandar uma mudança comportamental urgente. A abordagem dessa relação abusiva requer que ambos se disponham a buscar tratamento psicoterápico, visando a ruptura da relação simbiótica e a busca de equidade e equilíbrio.

Para isso, é preciso primeiro reconhecer que é parte de uma relação de abuso. “A partir do momento em que a pessoa consegue ter consciência da sua realidade e que precisa se libertar da visão que tem sobre amor e respeito, fica mais fácil trabalhar essa distorção em terapia, conseguindo resgatar sua integridade física, moral e psicológica”, finaliza Marcia Resende.

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