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quinta-feira, 25 abril, 2024

Muito calor? Pode ser que melhore

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Desde o fim de setembro as temperaturas estão batendo seguidos recordes. Mas pode ficar ainda mais quente, segundo meteorologistas

Sucessivos recordes de temperatura surpreenderam todos, apesar da esfriada na semana passada. Não somente São Paulo está sofrendo com o calor. No Mato Grosso, temperaturas acima de 40º tornaram-se comuns. Segundo meteorologistas, o fim da Primavera está ficando mais quente nesses lugares, mas não significa necessariamente que tenhamos um Verão mais quente do que a média. Mas ninguém garante. Outros meteorologistas dizem que vai esquentar mais. Será o Verão dos infernos.

Isso tem explicação. “O principal motivo do calor neste início de primavera é o que os meteorologistas chamam de bloqueio atmosférico — quando ventos fortes nas camadas mais altas da atmosfera (a 12 mil metros de altura) impedem frentes frias que estão chegando no sul do país de irem até o sudeste e o centro-oeste, explica Francisco de Assis, meteorologista do Inmet. Ventos na alta atmosfera que estão sobre o centro da Argentina e atingem parte do Rio Grande do Sul estão se movendo na posição de oeste para leste. Toda vez que chega uma frente fria na região sul, eles não deixam a frente fria ir para o norte, a empurram para o oceano”.

O bloqueio atmosférico impede a umidade de chegar ao sudeste e ao centro-oeste e faz com que haja uma “persistência de uma massa de ar seco sobre essas regiões, explica Thomaz Garcia, meteorologista do Centro de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo. Quando isso persiste por muitos dias, a gente tem esses recordes de temperatura, porque a umidade ajuda a diminuir a temperatura.”

Olhando a série histórica de temperaturas da cidade, explica Garcia, é possível perceber que o início da Primavera tem ficado mais quente desde os anos 2000. E, segundo Assis, do Inmet, é um padrão que se repete em outros estados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Estamos tendo bem menos dias de frio do que há 15 anos, 20 anos atrás, estamos tendo invernos suprimidos e ondas de calor, com vários dias seguidos de calor, cada vez mais frequentes”, explica Garcia.Mais calor e menor

umidade do ar podem levar à problemas respiratórios e desidratação, além de desequilibrar o ecossistema, podendo levar ao aumento de pragas. Autoridades de saúde, como a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, alertam para a importância de beber água, tentar manter o ambiente doméstico úmido (com umidificadores, por exemplo) e procurar os serviços de saúde em caso de problemas respiratórios. Também é importante tomar cuidado para que os animais domésticos não sofram com o calor – eles precisam de água fresca e ambientes ventilados, além de cuidado ao passear para não queimarem as patas.

Primaveras mais quentes não necessariamente significam que este ano teremos um verão com recorde de calor no sudeste e centro-oeste, explicam os meteorologistas, porque até o início do verão o bloqueio atmosférico que mantém essa massa de ar seco sobre as regiões vai ter se desfeito. “Não temos ainda uma previsão precisa, mas a tendência é de que tenhamos um verão com temperaturas na média ou até mais baixas do que o normal em São Paulo — poderemos ter alguns dias de frio até dezembro devido a ondas de frios tardias”, afirma Garcia.

Este ano também teremos o fenômeno La Niña, que deve afetar o país. O La Niña acontece quando a temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico fica mais fria do que o normal. Por causa da dimensão da massa de água, a queda de temperatura modifica a circulação atmosférica naquela região. O fenômeno cria uma variação de intensidade nos ventos que, consequentemente, altera a distribuição das massas de ar quentes e frias em todo o mundo. Neste ano, segundo a Organização Meteorológica Mundial, a previsão é que o La Niña seja de baixa intensidade e dure até novembro. Se o fenômeno afetar as regiões sudeste e centro-oeste, vai deixar o ar mais seco que o normal para o verão e as temperaturas mais amenas. Mas previsões são só previsões.

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