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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Pai de jovem de 17 anos que morreu ao cair de escada fala sobre doação dos órgãos do filho

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Perder um filho é sempre uma grande dor que pode nunca passar, mas saber que parte dele vive em outras pessoas, pode ajudar no luto. É o caso de Evandro Luiz Alves, de 39 anos, pai de Matheus Antônio Alves, jovem de 17 anos que morreu ao cair de uma escada em Campo Limpo Paulista.

O pai do garoto decidiu doar os órgãos do filho, mesmo em meio a dor da perda. A doação ocorreu na sexta-feira (25), no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Jundiaí.

Em entrevista ao portal G1, Evandro contou que o filho era muito educado e gostava de ajudar o próximo. Matheus era o mais velho dos seis irmãos.

“Meu filho tinha um coração bom, não tinha tempo ruim para ele. Me coloquei no lugar de outra família. Fico feliz, mesmo nesse momento de tristeza, porque uma parte dele continua nessa Terra”, contou.

A decisão de doar os órgãos do adolescente trouxe esperança para outras famílias, como a da jovem Luane Caroline Grotto, de 25 anos, que foi diagnosticada com bronquiectasia e recebeu o pulmão de Matheus na sexta-feira. A moradora de Indaiatuba estava na fila de espera havia dois anos.

Para acontecer o transplante, a Polícia Militar e o HSVP se uniram em uma “força-tarefa” para tornar possível o transporte dos órgãos. Além do pulmão, foram doados fígado, rim, pâncreas, ossos e o coração.

Constatação da morte

De acordo com Evandro, Matheus estava na casa da prima, em Campo Limpo Paulista, quando se sentou em uma escada e pegou no sono. Ele caiu de uma altura de um metro e meio e bateu a cabeça.

O jovem morava com a avó e foi para um hospital público da cidade a pé, na madrugada de domingo (20).

“Tiraram um raio-x e não encontraram nada. Ele voltou a pé do hospital às 3h e dormiu. Às 6h30, ele acordou meio agoniado e foi perdendo o sentido. Deu convulsão, vomitou e escorreu sangue pelo nariz”, relata o pai.

Assim que soube que o filho não estava bem, Evandro foi buscá-lo e o levou para o mesmo hospital, por volta das 8h. Logo, Matheus foi entubado e transferido para HSVP.

“Deu coágulo no cérebro. Pressionou muito. O médico falou para mim que têm pacientes que na hora que eles tiram a pressão no cérebro eles já respondem. Pela norma, tiveram 72 horas para confirmar”, conta.

A morte cerebral de Matheus foi constatada no dia 23 de setembro. A família foi atendida por um psicólogo antes de autorizar a doação dos órgãos.

Segundo o HSVP a cirurgia para a retirada dos órgãos levou cerca de duas horas.

“E se meu filho estivesse precisando de um órgão e houvesse essa possibilidade? Deus é perfeito. Como ele (Matheus) teve um coração bom, pôde ajudar outras 11 vidas, segundo os médicos”, finaliza Evandro.

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