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quinta-feira, 25 abril, 2024

Máfia tinha até empresa contratada para matar

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Um grupo de assassinos profissionais resolveu se unir para fazer serviços para a Máfia, na Nova Iorque dos anos 1930. O fundador do grupo foi Abe Rebels. Tempos depois, o grupo se transformou na Murder Incorporation, responsável por centenas de mortes contratadas pelos mafiosos. Os alvos eram outros mafiosos que invadiam territórios, policiais duros demais, informantes, traidores ou qualquer um que atrapalhasse os negócios, prósperos durante a Lei Seca.

Abe trabalhava para Meyer Shapiro, que controlava parte do Brooklyn. Diariamente se questionava do porquê de fazer o trabalho sujo, enquanto seus chefes viviam com luxo e ostentação. Para ele, as sobras. Até que convenceu um parceiro, Martin Goldstein, a se aliar com os mafiosos italianos Harry Maione e Frank Abbandando, do ramo de agiotagem e jogos de azar. O objetivo era derrubar Shapiro e conquistar o território de Brownsville.

Meyer Shapiro escapou de 20 tentativas de assassinato. Mas o grupo de Abe resolveu atacar seu irmão, Irving. Sequestrado num bar clandestino, Irving foi levado a um porão e executado pelo próprio Abe. Com a perda do irmão, Meyer perdeu rapidamente o controle de seu território, e os novos donos impuseram suas leis.

Ao tomar para si o canto no Brooklyn, Reles e seus associados melhoraram muito sua reputação dentro do Sindicato Nacional do Crime, outro pacto entre mafiosos judeus e italianos que incluía mafiosos lendários como Lucky Luciano e Bugsy Siegel. Luciano era efetivamente o chefe do sindicato, uma figura poderosa o suficiente no submundo de Nova Iorque para convencer os chefes das máfias rivais de que a cooperação era mutuamente benéfica para proteger seus interesses. Até então, havia existido uma guerra na comunidade criminosa da cidade, com sua hierarquia decidida pela sobrevivência dos mais fortes — no caso, a sobrevivência dos mais fortemente armados. O sindicato era dirigido por um conselho que incluía oito figuras veteranas do submundo.

Para a morte, havia um procedimento simples. Gângsteres insatisfeitos podiam se queixar ao conselho, que julgava o caso e decidia se alguém devia ou não morrer. Se a decisão fosse pela morte, a Murder Inc. era contratada e o problema resolvido. A Murder também recebia comissões de chefes do crime em outras cidades dos Estados Unidos. Contratar assassinos autônomos para suas execuções deixava os mafiosos locais e seus homens protegidos por álibis inquestionáveis.

Embora os diferentes bairros de Nova York estivessem sujeitos à influência da Máfia, policiais e políticos facilmente corrompíveis também foram recrutados para ajudar a proteger os interesses dos gângsteres. E nem todos os funcionários públicos puderam ser comprados. Thomas Dewey fez sua reputação como promotor especial encarregado de desmontar o controle do crime organizado sobre a cidade. Chefiando uma grande equipe de investigadores, Dewey tinha os chefes da máfia em sua mira.

Em junho de 1940, os policiais do Brooklyn tinham 200 homicídios não resolvidos em seus arquivos. O número não assustou a nova de promotores que lutaram contra a Máfia, liderados pelo novo procurador chefe do Estado de Nova York, William O’Dwyer, e por seu assistente Burton Turkus. Turkus era um homem obcecado a impedir as matanças no Brooklyn e região. Ele recebeu uma dica sobre o envolvimento de Reles e Goldstein em um daqueles muitos homicídios não resolvidos e perseguiu os dois incansavelmente.

Muitos mafiosos de posição mais baixa na hierarquia foram presos e levados a acreditar que haviam sido delatados por seus chefes. Como resultado, diversos deles começaram a delatar os chefes e colegas, entregando detalhes de assassinatos à equipe de acusação. Mas foi uma reviravolta protagonizada por um dos principais nomes das Máfia que ajudou a desvendar os casos não resolvidos.

Aconteceu em 1940, quando Abe Reles trocou de lado e se tornou informante, oferecendo informações aos promotores sobre os corpos do Brooklyn em troca de uma sentença suspensa por todos os seus crimes e contravenções. Além de perceber que receberia a pena de morte se os investigadores conseguissem uma condenação, Reles também foi motivado pelo medo de que a Máfia iria acabar matando-o. A proteção oferecida pelas autoridades era preferível a ser ele próprio vítima.

Mas o delator não escapou. Ele foi encontrado morto quando se preparava para testemunha contra outros mafiosos, ao cair da janela de um hotel em Coney Island. Havia policiais protegendo a porta de seu quarto. Anos depois, Lucky Luciano confirmou que os policiais haviam sido subornados e permitido que a Máfia chegasse até ele.

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