Desde de que a pandemia do novo coronavírus começou, muitas coisas tiveram que se adaptar ao que chamamos de “novo normal”. Com isso, as atividades online passaram a ser mais frequentes e muitas empresas adotaram o home office.
Pensando no grande fluxo da internet, um ilustrador decidiu criar uma série em formato de tirinhas no Instagram, trazendo como tema a desigualdade social e a verdadeira realidade da vida online, a qual nem todos são favorecidos.
Leandro Assis, de 46 anos, é carioca mas atualmente mora na cidade de Porto, em Portugal. Em entrevista ao Novo Dia, o ilustrador contou como surgiu a ideia de retratar a pandemia por meio de tirinhas:
“Eu estava fazendo uma tira chamada ‘Os Santos’, que já tratava de desigualdade social, racismo, preconceito de um modo geral. Mas quando a pandemia estourou, preferi interromper a série e começar uma que incluísse o confinamento na trama. Assim, eu e minha parceira de trabalho, a Triscila Soares, começamos a fazer a Confinada”, explica.
A Confinada fez tanto sucesso que já está em sua 24º edição no Instagram de Leandro, que conta com mais de 750 mil seguidores. “O pessoal logo entendeu a intenção da série de discutir a desigualdade social que está mais escancarada ainda nesse momento de pandemia”, conta o ilustrador.
Segundo o carioca, os seguidores que acompanham a série afirmam que é como acompanhar uma novela ou uma série da Netflix. “A protagonista, a influenciadora digital, tornou-se uma espécie de vilã de novela, que todos amam odiar”, revela.
Processo de criação e críticas
Leandro conta que o processo de criação, algumas vezes, vem de situações vividas ou presenciadas por ele e sua parceira. “Também encontramos ideias no noticiário. E muitos leitores mandam ideias. É muito comum me marcarem em posts de influenciadoras digitais que agem como a nossa personagem, o que rende ótimas ideias para a série”, afirma.
Mas como todo trabalho, também há críticas, e Leandro revela que a solução é rápida e fácil.
“Nessa época estranha em que vivemos, com um governo de direita extrema, eleito por um pessoal conservador e contrário à democracia, qualquer defesa de minorias, diversidade e liberdade é vista quase como crime. Então sempre aparecem uns intolerantes para criticar as tiras. Eu tento ignorar. Quando eles tumultuam demais a página eu simplesmente os bloqueio. Não dá pra dar muita trela para neo-fascista”, conclui.
