Primeiro: o café não é genuinamente brasileiro. Segundo: o café teria sido descoberto por acaso por um pastor de cabras na região onde hoje é a Etiópia, na África, no ano 800. E terceiro: as primeiras mudas de café chegaram ao Brasil roubadas e contrabandeadas da Guiana Francesa. O primeiro cafezal brasileiro surgiu no Pará, em 1729.
Diz a lenda que o governador do Brasil na época Vasco Fernandes César de Meneses, o Conde Sabugosa, estaria procurando tomar uma parte do mercado de café. Para isso, teria enviado o sargento-mor Francisco de Melo Palheta para a Guiana Francesa, com a intenção de roubar sementes do café. Mas as fazendas da Guiana eram bem guardadas, e Palheta usou seu charme e galanteio para ganhar da primeira-dama da Guiana uma muda da planta em sua despedida, para voltar ao Brasil.
O café só ficou importante no mercado internacional a partir do século 18, quando o País passou a se destacar como grande produtor. A Província de São Paulo, juntamente com o Rio de Janeiro, foi a que mais se destacou. O café deu status aos fazendeiros que o cultivavam. Muitos desses fazendeiros se envolveram na política e se tornaram milionários. Por causa do café – plantado na região de Jundiaí antes da chegada dos imigrantes italianos, que cultivaram a uva – São Paulo teve sua primeira estrada de ferro, a São Paulo Railway, ligando Jundiaí ao Porto de Santos. Também por causa do café, São Paulo teve sua segunda estrada de ferro, a Companhia Paulista, financiada principalmente por fazendeiros, para trazer o produto do interior até Jundiaí.
O café é hoje a paixão nacional – basta observar que em tudo cabe um cafezinho. Após um almoço ou jantar, numa conversa de negócios, num encontro de amigos, sempre há o café. Nem mesmo a pandemia abalou o consumo de café – em home office, o consumo do produto aumentou 35%. O café também se sofisticou – hoje há o chamado Café Especial, ou Café de Especialidade, nome dado para bebidas que possuem selo de qualidade. O selo é dado para a bebida que consegue 80 pontos em 100 da Metodologia SCAA (Specialty Coffee Association of America). Somente degustadores certificados pela SCAA ou por um Q-Grader licenciado pelo Coffee Quality Institute podem avaliar a bebida.
Essa atenção aos padrões do café começou em 1982 – coisa muito recente. Se comparado ao vinho, cerveja, destilados ao chá, que são milenares, o café tem 500 anos de história. Em termos de consumo, no Brasil o café só perde para a água.
Devido à diversidade de regiões ocupadas pela cultura do café, a variedade de climas, relevos, altitudes e latitudes, o País produz tipos variados de grãos, o que possibilita atender às diferentes demandas de paladar e preços dos consumidores brasileiros e estrangeiros. Essa diversidade também permite o desenvolvimento de vários blends (misturas de tipos), tendo como base o café de terreiro ou natural, o despolpado, o descascado, o de bebida suave, os ácidos, os encorpados, além de cafés aromáticos e especiais. As duas principais espécies plantadas são o arábica (80% da área) e, o conilon ou robusta. O País é o maior produtor e exportador de café e segundo maior consumidor da bebida no mundo. É o 5º produto na pauta de exportação brasileira, movimentando US$ 5,2 bilhões em 2017.
Ocupa área de 2 milhões de hectares com 300 mil produtores, predominando mini e pequenos, em aproximadamente 1.900 cidades, distribuídos nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Amazonas e Pará. Atualmente a produção da espécie arábica está concentrada nos Estados de Minas Gerais, como maior produtor, seguido por São Paulo, Espírito Santo e Bahia. Esses quatros estados concentram 85% da produção nacional dessa espécie, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab. O Conilon é cultivado principalmente no Espírito Santo, Bahia e Rondônia, concentrando 95% da produção nacional.
O café arábica (Coffea arabica L.) permite ao consumidor degustar um produto mais fino, requintado e de melhor qualidade. Esse tipo de café é cultivado em altitudes acima de 800 metros. Predomina nas lavouras de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e em parte do Espírito Santo.O café robusta ou conilon (Coffea Canephora) é usado principalmente para a fabricação de cafés solúveis e em algumas misturas com o arábica. Apresenta sabor único, menos acidez e teor de cafeína maior. Predomina nas lavouras do Espírito Santo, em Rondônia e em parte da Bahia e de Minas Gerais.
O café
O cafeeiro (Coffea sp.) é arbusto da família Rubiaceae e do gênero Coffea L., da qual se conhecem 103 espécies. Dessas, se colhem as sementes, com as quais se prepara a bebida estimulante conhecida como café. O cafeeiro é largamente cultivado em países tropicais, tanto para consumo próprio como para exportação para países de clima temperado.Coffea arabica é uma espécie de café natural da Etiópia, supostamente uma das primeiras espécies de café a ser cultivada. A espécie Coffea arabica produz cafés de qualidade, finos e requintados, e possui aroma intenso e os mais diversos sabores, com inúmeras variações de corpo e acidez. O café tradicional é composto por essa planta.
10 sinais de que você não vive sem café
1 – Você pode admirar uma linda xícara de café o dia todo
2 – Você sabe que não é possível começar a trabalhar sem uma boa dose de café
3 – Você encara café como uma poção mágica que lhe dá super poderes
4 – Você não confia em quem não gosta de café
5 – Você gosta de café? é uma pergunta válida, razoável e importante no primeiro encontro
6 – Não vê problemas em chegar atrasado a uma reunião se a razão do atraso é café
7 – Fica inconformado quando te dão café ruim
8 – 90% de suas dores de cabeça podem ser explicadas pela ausência de café
9 – A primeira coisa que você espera quando visita um amigo ou amiga é que ele ou ela te ofereça café fresquinho
10 – Você jura amor eterno para a primeira xícara de café coado no começo da manhã