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sexta-feira, 29 março, 2024

Fake news já existiam no Império Romano

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Nós, ocidentais e latinos, somos herdeiros de parte da antiga cultura romana. E que herança! Deixamos de lado das lutas de gladiadores, as guerras para conquistar novos territórios, mas ainda temos hábitos que já existiam antes de Cristo no Império Romano.

Entre os romanos, difundir notícias falsas – as fake news – era como um esporte. Nos muros da antiga Roma sempre apareciam pinturas atacando possíveis candidatos. Um deles, por exemplo, dizia que que “o sindicato dos ladrões e das prostitutas” apoiava um candidato às eleições locais. Boatos como os atuais do Facebook. Muitas das histórias que chegaram até nós sobre os imperadores, como os excessos de Calígula, Nero e Domiciano foram pela boataria. Em geral, os imperadores assassinados eram demonizados após sua morte. Os que morriam em paz era exaltados como heróis. A tal história contada pelos vencedores.

Os romanos também faziam grafites. Frases curtas, mensagens diretas. Pompéia, no sopé do Vesúvio, tinha 20 mil habitantes quando se extinguiu após a erupção do vulcão no ano 79. Mais de 11 mil grafites foram descobertos por arqueólogos e estão preservadas. São mensagens de todo tipo, desde declarações de amor a advertência aos comerciantes desonestos.

Os romanos também foram os primeiros a se preocupar com a origem do vinho, a variedade e de quando as uvas foram colheitas. Um dos mais caros era do monte Falerno, perto da atual Nápoles – vinho branco envelhecido durante dez anos. E já naquela época havia também falsificações.

Romanos também organizavam campanhas eleitorais. Não havia salário para políticos, o que impedia a camada mais pobre de se dedicar gratuitamente à carreira. Candidatos a cargos como pretor ou cônsul exigia muita generosidade do pretendente. Praticamente a compra de votos. Certamente tudo seria recuperado, com juros e correção monetária, durante o exercício do cargo.

Eles também faziam comícios, com discursos e debates, onde os candidatos pretendiam atrair a atenção dos eleitores. Só para lembrar: Cícero fez o segundo e o quarto discurso contra Catilina num desses comícios, que os romanos chamavam de contiones.

Quem se destacava em esportes era, como hoje, elevado à categoria de herói. Gladiadores e condutores de bigas eram os preferidos. O Circo Máximo, que podia receber até 250 mil pessoas, era palco das corridas. Um dos condutores de biga, Caio Apuleio Diocles, teve homenagem em monumento erguido por seus admiradores. Gladiadores faziam mais sucesso entre a mulherada que gostava de pular a cerca. Eram vistos como especiais, quase deuses.

Romanos também tinham muita informação. Não havia jornais, mas havia todos os dias no fórum a Acta diurna populi romani (os fatos diários do povo de Roma). Muitos mandavam copiar a Acta para distribuir em outros lugares. Depois de algum tempo, a Acta passou a incluir em seus relatos funerais e divórcios. A idéia de pendurar a Acta no forum foi de Júlio César, que de bonzinho não tinha nada. Ele só queria mostrar comos os senadores boicotavam seus projetos populistas e jogar o povo contra eles.

Comparando tudo isso, só há uma conclusão. O mundo mudou de lá para cá, mas nem tanto.

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