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sexta-feira, 19 abril, 2024

Elas não pararam, mesmo na quarentena

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Desde março, quando começou a pandemia – e a paranóia – muitos eventos, como feiras, desfiles de moda, exposições, encontros sociais, jantares, deixaram de acontecer. E quem vive desse ramo enfrentou dificuldades. Mas modelos que souberam diversificar seu trabalho nadaram de braçada durante a pandemia. Pelo menos até agora.

É o caso de Ana Paula Andrade, de 28 anos, modelo desde 2016. Ana Paula atua com eventos e coordenação dos mesmos, e está ligada à agência By Model. Foi Rainha da Uva de Jundiaí em 2017, e musa de blocos carnavalescos nos últimos dois anos. Com a pandemia, nada de feiras. “Com isso, o trabalho como modelo fotográfico para divulgação de marcas e produtos em mídias sociais aumentou, conta ela. Posso dizer que o trabalho também aumentou nesse período”.

E a cor de sua pele não é obstáculo para o trabalho. “Hoje as pessoas aceitam e contratam modelos negras e negros para seus comerciais, mas infelizmente ainda existe muita gente preconceituosa, de mente fechada”, afirma. Atualmente, Ana Paula está contratada por uma rede lojas do interior, cujos comerciais estão em redes sociais.

O caso de Fabiana Lima, a Fabi, de 37 anos, é um pouco diferente. Mas exige muito trabalho. Ela começou como coordenadora de modelos na agência Super Model, em Jundiaí, e aos 18 anos se tornou modelo. Fez campanhas publicitárias, ações promocionais, desfilou na passarela, cansou de ser fotografada e há cinco anos abriu sua própria agência, a By Model. Se deu bem – em quatro anos consecutivos foi eleita a melhor agência da região. Tem em seu cast 200 modelos cadastradas.

“Com a pandemia, não há mais feiras nem eventos com grande público, diz ela. Cheguei a pensar em fechar a agência, mas resolvi enfrentar o desafio”. Fabi trabalha também com fotografias e maquiagem, além de treinar as pretendentes a modelo. “Os cursos preparam as meninas, principalmente, porque é um meio onde existe muito assédio, muita cantada”, afirma.

Mas para tudo há solução. Fabi, ela mesma vítima de inúmeras cantadas em eventos, principalmente, diz que a modelo precisa ter postura e sair do assédio de maneira a não deixar dúvidas. “Já passei por saias justas, e cheguei a perder clientes”, lembra ela. Em sua agência, é direta com as candidatas. “Quem contrata modelo quer gente bonita, e quando noto que a pessoa não tem perfil, falo na cara”, explica.

Ela só se queixa das traições que existem no meio. O cliente contrata a agência, e no próximo evento fala direto com a modelo. “Infelizmente isso acontece, é próprio do ser humano”, finaliza. Sua prima, Jéssica Lima, de 29 anos, também é modelo desde os 21. Faz desfiles, fotografia, eventos, recepção e comerciais. A queixa de Jéssica é que o volume de trabalho e os preços caíram muito durante a pandemia. Mas não ficou sem trabalhar. Do seu primeiro trabalho, na Feira Mecânica de São Paulo, aos dias atuais, evoluiu muito.

“Aprendi muito com a Fabi, que me ensinou e aconselhou. Ela já era modelo, conta Jéssica. Antes da pandemia participava de uma média de 12 eventos por mês. Hoje há três trabalhos por mês, a maioria comerciais para redes sociais”. Como a concorrência é grande e a oferta de trabalho é pouca, Jéssica lamenta que os preços caíram muito. “Hoje o cachê é muito inferior ao que era antes da pandemia, diz ela. Mas todo mundo está sobrevivendo. Com menos, mas sobrevivendo”.

Quanto à concorrência, diz não ter medo: “Há muita gente no mercado, mas também há muita gente que dá furo, não é profissional de verdade. E isso reduz as opções ao cliente, que prefere contratar quem já conhece, que sabe que trabalha de verdade e que está na hora certa para o trabalho”, finaliza.

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