Ao contrário de muitas afirmações, Adolf Hitler era mulherengo. Tinha muitas amantes (a mais conhecida se tornou sua mulher, um dia antes do suicídio – Eva Braun) e sua preferia era uma sobrinha, Geli Raubal. Só que Geli Raubal apareceu morta em seu quarto, no segundo andar de um prédio de Munique. A conclusão da perícia, na época, é que Geli atirou contra seu peito com uma pistola Walther G35, que era do tio-amante, Hitler.
Só que um italiano, Fabiano Massimi, nunca acreditou nessa história, e agora lançou um livro, com a história romanceada, após anos e anos de investigações. O livro é L´Angelo di Monaco (O Anjo de Munique), ainda não lançado no Brasil. A conclusão é que se Geli Raubal tivesse vivido, talvez o rumo da História fosse outro, e não a 2ª Guerra Mundial. Geli morreu aos 23 anos, e segundo testemunhas (ignoradas pela perícia), seu corpo tinha marcas de agressão, e o rosto estava destroçado. A conclusão do inquérito, na época, levou oito horas. Seu corpo foi cremado e o laudo do cadáver desapareceu. O dono do apartamento onde Geli morava era o tio-amante.
Fabiano questiona no livro quem estaria interessado em esquecer o caso. “Tentei entender por que isso ficou fora da cultura universal. Não há nenhum filme, nenhum ensaio, nenhuma peça de teatro sobre isso em nenhum idioma. E, entretanto, na Alemanha nazista todo mundo conhecia o destino da sobrinha de Hitler: o escândalo da sua morte era grande demais para ser ignorado. Acredito que tenha havido um desejo de esquecer como o direito de justiça para uma jovem foi sacrificado em nome de aplainar o terreno para uma revolução política. A morte de Geli Raubal foi um ensaio geral dos erros que viriam depois”, afirma Fabiano.
O livro de Fabiano é baseado em documentos oficiais. Tem até a conhecida declaração de Hitler sobre Geli documentada: “Eu a amava. Ela me amava. É a única mulher com quem teria me casado. A partir de agora, minha esposa será a Alemanha”, disse Hitler. Os delegados que investigaram o suposto suicídio de Geli encontraram um muro burocrático de interesses.
O livro, que pode até ser uma teoria da conspiração, tem algo de bem concreto. Tudo leva a crer que Geli foi assassinada por Hitler. Se a justiça tivesse sido feita, Hitler voltaria para a cadeia e o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – partido nazista – seria dirigido por Gregor Strasser, já nomeado sucessor de Hitler em 1931. Depois da morte de Geli, Gregor foi executado, assim como o jornalista Fritz Gerlich, que investigou a história, produziu sua versão que nunca foi publicada e acabou desaparecendo. “Durante alguns dias, a história trilhou um caminho muito delicado. Se Geli tivesse recebido a justiça que merecia, o século XX poderia ter tomado um rumo diferente”, finaliza Fabiano.