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sexta-feira, 29 março, 2024

Brasileiros consomem muito sal e açúcar, afirma IBGE

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De acordo com levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85,4% da população afirmou adoçar o que vai à mesa. A frequência diminuiu (era de 90,8% em 2008), mas esse consumo ainda é considerado alto. E o uso exagerado de sal também ganha atenção na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil (https://bit.ly/3lrof9a ), publicada recentemente pelo órgão.

O prato na mesa do brasileiro apresentou mudanças em dez anos e acabaram alterando o perfil de consumo de alguns nutrientes. Nesse período, a ingestão de gorduras saturadas e o consumo de fibras diminuíram. “Diminuir o consumo de gorduras saturadas, muito presentes em alimentos processados e ultraprocessados é ótimo, mas a diminuição no consumo de fibras traz um alerta, já que a fibra ajuda no funcionamento do intestino e pode melhorar a imunidade”, afirma a nutricionista Tamiris Oliveira.

O uso do sal adicionado em comidas prontas foi mencionado por 13,5% da população, sendo mais frequente em homens adultos (16,5%). O sódio foi ingerido acima do limite por 53,5% da população e o índice foi mais elevado em homens adultos (74,2%).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a recomendação é a ingestão de menos de 5 gramas (um pouco menos de uma colher de chá) de sal por dia. A utilização de açúcar para adoçar líquidos ou alimentos não é recomendada. Os açucares dos próprios alimentos, como o das frutas, por exemplo, são suficientes para suprir a necessidade do organismo. A nutricionista explica que, tomando por base uma dieta de 2.000 calorias, a recomendação de açúcar estabelecida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Diabetes é entre 25 a 50 gramas de sacarose/dia.

E para driblar os hábitos ruins, Tamires ensina dicas que podem ajudar a diminuir o uso de sal e açúcar na cozinha:

  • Não colocar saleiros na mesa;
  • Ler rótulos – escolher produtos com baixo teor de sódio até (300 mg)
  • Optar por produtos in natura ao invés de congelados;
  • Evitar o consumo de alimentos embutidos e ultra processados, como: salgadinhos, biscoito, refrigerante, macarrão instantâneo, molhos prontos, doces e fast -food em geral. Embutidos salsicha, linguiça, mortadela, presunto, peito de peru e salame;
  • Evitar consumo de refrigerantes, sucos de caixinha e bebidas alcóolicas

Açúcar é maior responsável por diabetes e obesidade

Quando comemos um pedaço de pão, o nível de glicose no sangue sobe em poucos minutos. Basta entender a trajetória do alimento. Minutos após a ingestão do pão, ele chega digerido pelo estômago ao intestino delgado. As células intestinais absorvem os nutrientes que ele continha — entre os quais a glicose — e como estão em contato direto com o sistema circulatório, imediatamente são jogados na corrente sanguínea. Como consequência, a concentração de glicose no sangue dispara. É fácil deduzir o que acontece depois.

O sangue transporta a glicose até os órgãos que necessitam de combustível. Assim, eles conseguem obter a energia necessária (por meio de uma molécula chamada adenosina trifosfato, também conhecida como ATP) para desempenhar suas funções. O problema é quando há uma situação em que o excesso ou déficit de glicose leva ao aparecimento de doenças. Há detectores celulares espalhados pelo organismo (no fígado, pâncreas, no hipotálamo) que monitoram a disponibilidade de glicose.

Quando o nível no sangue está alto (imediatamente após uma refeição, por exemplo), o fígado estoca uma parte do açúcar em forma de glicogênio para que seja consumido assim que o corpo precise — em períodos de jejum ou quando se está dormindo. Nesse caso, o glicogênio é reconvertido em glicose e liberado na corrente sanguínea para que seja utilizado pelos órgãos. Ele também converte o excesso de açúcares em triglicérides (gordura), que serão armazenados no tecido adiposo como reserva de energia.

Em momentos de jejum prolongado, os triglicérides são hidrolisados e convertidos em ácidos graxos que viajam pela corrente sanguínea para que sejam degradados (ou oxidados) nas mitocôndrias para produzir energia.

O pâncreas também tem papel muito importante no equilíbrio dos níveis de glicose no sangue. Uma de suas funções é verificar se eles estão em excesso e responder com a secreção de hormônios que tentarão normalizar essas taxas. O mais conhecido desses hormônios é a insulina, que é liberada quando a glicemia sobe e manda uma ordem contundente às células: capturem a glicose do sangue e tratem de gastá-la ou armazená-la. Como consequência, o nível de açúcar no sangue diminui.

No cérebro, o hipotálamo permanece vigilante aos níveis de glicose. Essa área tem a função de regular a ingestão de alimentos controlando as sensações de fome e saciedade. Logo depois das refeições, a mensagem que ele libera é: há muita glicose, precisamos parar de comer; vou acionar o sinalizador de saciedade. Diante do funcionamento de todo esse sistema, é fácil supor o que acontece se for ingerida mais comida (nutrientes) do que a queima (gasto energético).

O equilíbrio é descompensado e o corpo retira o que pode da corrente sanguínea e fabrica gordura. A consequência imediata é o ganho de peso. E se a situação se mantém, a obesidade. Às vezes, o desequilíbrio acontece porque alguma das etapas está alterada. E se os níveis de glicose se mantêm altos, inclusive em períodos de jejum, caracterizando a hiperglicemia, o corpo pode desenvolver o diabetes.

Com o passar dos anos, as células envelhecem e os mecanismos de resposta molecular à insulina se deterioram e vão perdendo a funcionalidade. Por isso, é comum nessa fase o desenvolvimento da resistência à insulina e do diabetes tipo 2, uma doença recorrente na terceira idade. A obesidade, entretanto, pode fazer com que esse processo aconteça mais cedo. Nesse caso, o tecido adiposo passa a armazenar um excesso de gordura além de sua capacidade e fica hipertrofiado, o que provoca esgotamento na resposta à insulina.

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