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sexta-feira, 19 abril, 2024

Tussaud, a mulher que inventou o Museu de Cera

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Madame Tussaud é sinônimo de museus com estátuas de personagens – mortos e vivos – feitas em cera. Hoje, com suas memórias escritas, cartas e documentos ajudam a entender como Marie Tussaud chegou lá.

Nasceu em Estrasburgo, em família até certo ponto remediada, mas não ilustre. E tem um tio que a ensinou tudo sobre a arte de modelar.

Quando seu pai morreu, a mãe procurou o cunhado, Philippe Curtius, que era médico e anatomista e trabalhava em Berna. Philippe empregou a mãe como governanta, e com o passar do tempo se apegou a Marie, a quem ensinou a arte. Os modelos de cera de Philippe era disputados pelas escolas que formavam médicos. À medida que a fama aumentou, Curtius ampliou seus negócios e decidiu abrir um espaço de exposições no Boulevard Du Temple, em Paris. Junto a imagens de criminosos, Curtius expunha bustos das celebridades da época — uma fórmula que mais tarde daria fama à sobrinha em todo o mundo.

Mas em 1789 aconteceu a Revolução Francesa, que acabou com a monarquia. A partir da revolução, ficou perigoso manter bustos da família real à vista do público e o escultor sabia que precisaria mudar seu estilo para sobreviver naquele mercado. Àquela altura, a exibição de figuras de cera começara a cumprir um papel semelhante ao dos noticiários de hoje. As pessoas visitavam o espaço de exposições para saber sobre os últimos acontecimentos e entender quem eram as pessoas-chave a se conhecer na época. Marie e Curtius constantemente mudavam os bustos de lugar, numa tentativa de refletir as mudanças de comando na revolução. Atualmente, as exposições também são alteradas ou atualizadas quando algo muda na vida real. Segundo as memórias da artista, cabeças decapitadas durante a revolução eram imediatamente levadas a Madame Tussaud, “cujos sentimentos podem ser mais facilmente imaginados do que descritos”, conforme diz o texto.

Com a morte de Philippe, Marie foi nomeada como única herdeira de sua casa em Versalhes, assim como da sala de exposições no Boulevard Du Temple. Pouco depois casou com François Tussaud, em engenheiro que gostava de teatro. Apesar do marido ser um peso morto, Marie aproveitou, e de mademoiselle Grosholtz passou a se chamar madame Tussaud. Ela teve três filhos – Joseph, a filha que morreu ao nascer e o terceiro, François. Mas a revolução estava atrapalhando os negócios, e turistas não visitavam mais Paris. Até que em 1802, madame Tussaud conheceu um vigarista alemão e foi com ele para Londres encenar um espetáculo de horror, que chamaram de Phantasmagoria.

Só que o sujeito era um sócio que costumava passar a perna em Tussaud, e ela caiu fora. Juntou suas estátuas de cera e passou a viajar pela Inglaterra com um show de chamou de Gabinete de Curiosidades de Curtius. Isso durou até 1808. Ela alugava espaços amplos e colocava suas estátuas de forma que os visitantes pudessem caminhar entre elas e até tocá-las. Em 1835 ela tinha ganho muito dinheiro com isso, agora na companhia dos filhos, que a ajudavam. Também se separara do marido. Então teve a idéia de alugar uma sala de exposições na região central de Londres – e ali acabou se tornando a sede permanente

Em 1837, uma nova atração levou Madame Tussaud e sua exposição a outro nível de popularidade. A rainha Victoria permitiu que a artista a modelasse em cera. A estátua vestiria réplicas exatas de sua roupa de coroação. Tussaud caprichou e a rainha ficou tão satisfeita que trouxe os filhos para verem a peça pessoalmente, além de incentivar outros aristocratas a fazerem o mesmo.

Até hoje, o museu continua formando filas de londrinos e turistas estrangeiros. Atualmente o Madame Tussauds tem nove salões na Ásia, sete na Europa, sete nos Estados Unidos e um na Oceania. Neles, é possível ver estátuas de reis, presidentes, atletas, atrizes e atores de cinema. Ela morreu em abril de 1850, aos 89 anos, e os jornais ingleses a saudaram como patrimônio nacional.

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