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terça-feira, 26 março, 2024

Isolamento acelera a catarata em diabéticos

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No final do ano passado, Sônia Maria Azevedo, de 54 anos, recebeu o diagnóstico de catarata em uma consulta na rede pública de saúde.

Voltou ao hospital, mas foi informada que as consultas só estavam sendo marcadas para dezembro. Depois do primeiro atendimento entraria na fila da cirurgia sem previsão de quando seria operada. Sônia foi operada pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier (Campinas). “Ela já estava cega do olho direito que operamos. Só enxergava luz direcionada acima ou abaixo da linha dos olhos.

Geralmente quando retiramos a catarata e implantamos uma lente no lugar do cristalino, quem é míope deixa de usar óculos. O astigmatismo também pode ser eliminado e até os óculos de leitura com implante de lente multifocal. No caso dela a cirurgia recuperou a visão com uma lente monofocal” afirma.

“Ainda dava para ir levando, mas logo depois veio a pandemia de coronavírus, a quarentena e em quatro meses minha visão estava tão ruim que já não podia ficar com meus netos, nem reconhecer as pessoas. Comecei a ter dificuldade para fazer praticamente tudo”, conta ela.

O médico explica que cirurgia foi complexa porque o cristalino de Sônia estava completamente opaco e ele não tinha como examinar o fundo do olho antes da operação. “É por isso que sempre alertamos para não deixar a catarata ficar muito madura. O mais gratificante é o resultado que conseguimos. No outro olho a visão é de 10% e operaremos quando ela decidir”, afirma

Queiroz Neto afirma que o isolamento social imposto pela pandemia aumenta o stress, além de dificultar a prática de exercícios físicos e a manutenção de dieta equilibrada. “Essas condições dificultam manter a média dos níveis glicêmicos entre 100 a 125 mg/dL, fundamental na prevenção das complicações inerentes à doença: catarata precoce, retinopatia diabética, doenças cardiovasculares, insuficiência renal e o pé diabético”, explica.

Hoje o diabetes atinge 14,25 milhões de brasileiros e desses, só 30% conseguem manter os níveis glicêmicos balanceados segundo o último levantamento da IDF (International Diabetes Federation). Significa que nunca foi tão importante manter o acompanhamento médico em dia.

Queiroz afirma que quanto maior o tempo convivendo com o diabetes, até pessoas com glicemia bem controlada por medicamentos e dieta balanceada correm risco de contrair retinopatia. Por isso, quem tem diagnóstico da doença deve fazer exame oftalmológico anualmente. Na consulta, o especialista percebe se o diabetes está causando alguma alteração na retina, antes dos primeiros sintomas, pelo exame de fundo de olho. “O tratamento pode ser feito com aplicação de laser, medicamento dentro do olho e em alguns casos pela associação dessas duas terapias. Evita a perda irreparável da visão em 90% dos pacientes”, afirma.

Queiroz Neto afirma que o diabetes também provoca o maior ressecamento da lágrima, que tem a função de proteger a superfície dos olhos. Os sintomas são vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira e maior sensibilidade à luz. A síndrome é mais frequente nos períodos de seca. O tratamento padrão para olho seco, explica, é o uso de colírio lubrificante. Mas não vale usar qualquer um porque as fórmulas variam para agir em uma ou mais camadas da lágrima: aquosa, proteica e lipídica. A dica do médico é procurar beber bastante água e incluir na alimentação fontes de ômega 3 encontrado na sardinha, bacalhau, salmão e semente de linhaça. Aplicações de luz pulsada que estimulam a produção da camada lipídica e por isso diminuem a evaporação da lágrima, são a última palavra para eliminar o desconforto, conclui.

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