No tempo em que trabalhei à frente da Unidade Gestora de Planejamento e Inovação de Várzea Paulista muitas coisas aconteceram e com elas as lições que podem oferecer. Esses aprendizados servem para dilacerar certezas e convicções que nos são colocadas ao longo da vida como a verdade absoluta e incontestável.
Um bom exemplo disso são as dívidas. É quase consensual que uma dívida, ainda mais no setor público, é algo ruim. É verdade em muitos casos, porém existem dívidas e existem investimentos, que ao contrário do que o debate político tenta fazer parecer, entes públicos com acesso à linha de investimento é um sinal de boa gestão. Esse tipo de estratégia é usada pelas maiores e melhores empresas do mundo e só podem ser acessadas quando estas empresas encontram-se em boas condições econômicas.
Dívidas geralmente são contraídas para “rolar” ou refinanciar uma outra dívida, estendendo prazos para amortização, mas também muitas vezes, aumentando o impacto orçamentário no futuro para pagar algo que pode não estar trazendo benefícios à população e utilizando recursos que poderiam ser investidos em novas ações.
Entretanto, existem investimentos, que são financiamentos para melhorias realmente necessárias, e que traz ganhos diretos sobre custos periféricos de determinada demanda que, se não resolvida, causaria impacto mais significativo no orçamento.
Investimento aumenta patrimônio, é o caso de Várzea Paulista e Jundiaí, que ao financiar obras e asfalto novo em vias públicas, geram empregos e aumentam o valor de mercado de seus imóveis, sendo assim não é honesto dizer que esse tipo de investimento cria despesa para os próximos administradores, até por que a exemplo do que acontece com o valor de parcelas de financiamento imobiliário, as parcelas de pagamento do investimento substituem outros gastos que já teriam de ser arcados. Exemplo: tapa buraco, mão de obra, máquinas, etc.
Para concluir eu diria que endividamento de um modo geral /compromete a capacidade de pagamento presente com despesas contraídas no passado. Investimento melhora a capacidade de realização presente com despesas que seriam contraídas no futuro.
