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terça-feira, 23 abril, 2024

Invasão de privacidade

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Fala-se muito atualmente em invasão de privacidade. Referem-se à invasão por meios eletrônicos, principalmente redes sociais. Mas diariamente todos nós sofremos algum tipo de invasão, e pelos meios mais arcaicos e rasteiros que possam existir. Não que alguém fique espiando sua casa pela janela, ou que seu telefone esteja grampeado. É uma invasão constante, diária, da qual pouco damos conta.

Numa rua qualquer, em qualquer bairro, são constantes carros anunciando de tudo. Desde o morango direto da roça, ao milho verde, o gás (mesmo em ruas onde há gás encanado), o recolhimento de óleo de cozinha; é comum também nessas ruas a sirene ilegal do vigilante, que antes era noturno, mas que agora é diurno também.

NO trabalho, a invasão se dá em mensagens de WhatsApp ou telefonemas de operadoras de telemarketing inescrupulosas – as mesmas que lhe atormetam em sua casa, a qualquer dia ou horário. Telemarketing mal educado, grosso, que assim que o telefonema é atendido despeja suas ofertas imperdíveis. Não existe sábado nem domingo, muito menos feriado. Num feriado nacional, por exemplo, uma ligação de telemarketing perturbou a vida de um senhor. Para se livrar, pediu para ligar outro dia, porque aquele era feriado. A operadora alegou que na nossa cidade não é feriado. Devia estar falando diretamente de Tóquio.

Telemarketing, autorizado a funcionar mesmo durante a pandemia, tornou-se o inferno da vida moderna. Deveria ter sido o primeiro tipo de serviço a ser proibido na pandemia. O presidente poderia até arrumar algum ministro acostumado a falar bobagem para justiciar que o coronavírus se transmite também por telefone.

Há quem justifique o trabalho do telemarketint. A operadora oferece, compra quem quer, alegam. Não é bem assim. Ninguém tem direito de perturbar seu sossego sob qualquer pretexto. E por falar em telemarketing, como as operadoras financeiras conseguem dados de todo mundo, principalmente de aposentados? Não são dados sigilosos, que o INSS deveria preservar? Outra invasão, que ninguém dá atenção, ninguém combate, ninguém pune.

Motocicleta barulhenta, seja durante o dia, noite ou madrugada, também invade nossa privacidade. Ninguém é obrigado a ouvir o ruído exagerado que um débil mental produz ao pilotar sua motocicleta. Como também ninguém é obrigado a ouvir apito de trem durante a madrugada numa cidade onde não existem passagens de nível.

Bons tempos aqueles da pamonha de Piracicaba, o puro creme do milho…

Urbem
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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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