Não é achologia, é estatística: desde que a pandemia se instalou no Brasil, 716 mil empresas fecharam as portas. O estudo foi feito pelo IBGE em Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas. Ou seja, mais da metade de 1,3 milhão de empresas que já haviam encerrado ou supendidos suas atividades em junho – 40% dos que fecharam afirmaram que a situação é por causa da pandemia. E mais: empresas pequenas e médias foram as mais afetadas, pois tiveram pouco ou nada de ajuda do governo.
O levantamento do IBGE mostra que o vírus chinês afetou todos os setores econômicos, principalmente o comércio e a prestação de serviços. Comércio ficou com 39,4% e prestação de serviços com 37%. E pior, 99,8% dos negócios não deverão ser reabertos depois que a pandemia se for. Se é que vai.
O levantamento mostra que o novo coronavírus teve um impacto negativo em todos os setores econômicos, mas afetou especialmente o comércio (39,4%) e serviços (37%), principalmente no caso das pequenas empresas. 99,8% dos negócios que não voltarão a abrir as portas depois da crise da covid-19 são de pequeno porte. Mas o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), afirma que a média de empresas que fecham a cada da ano é de 10%, o que corresponde a 600 mil negócios, número menor do que as mais de 700 mil empresas que fecharam até a metade de junho.
As 2,7 milhões de empresas que ainda continuam abertas também sentem as consequências da crise agravada pela pandemia – 70% delas falaram em diminuição de vendas ou serviços, e 948.800 firmas tiveram de demitir funcionários durante esse período. E só 12,7% das empresas tiveram acesso ao crédito emergencial do Governo destinado ao pagamento de salários. Somente 13,6% dos negócios afirmaram que a pandemia trouxe oportunidades e que teve um efeito positivo sobre a empresa.
O desemprego também segue em alta durante a pandemia no Brasil. Dados divulgados pela PNAD Covid-19 (versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada com apoio do Ministério da Saúde) mostram que a taxa de desocupação chegou a 13,1% na última semana de junho, atingindo 12,4 milhões de pessoas. Essa é a maior taxa de desemprego registrada desde maio, segundo o IBGE, e resulta da queda de 84 milhões para 82,5 milhões (-1,5 milhão) de pessoas ocupadas no intervalo de uma semana.