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quarta-feira, 24 abril, 2024

Ah… se todos comessem como brasileiros e americanos…

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A Terra é um planeta, não é novidade. Só que se todos os habitantes da Terra comessem como os brasileiros e americanos, seriam necessários mais seis planetas como a Terra para alimentar todo mundo. Brasil e Estados Unidos pertencem ao G20, os mais industrializados do mundo, mais a União Européia. E a conclusão é do estudo Diets for a better future (Dietas para um futuro melhor), divulgado em julho. O estudo mostra que Brasil, Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Canadá são os que mais emitem carbono. E isso é provocado pela alimentação, principalmente carne vermelha e laticínios. Consumo, por sinal, que excede até a recomendação nutricional para boa saúde.

Publicado pela ONG EAT, sediada na Noruega, Diets for a better future focou tanto nas taxas de consumo quanto nas diretivas dietéticas nacionais das 20 principais economias, que concentram 64% da população mundial, mas também 75% do total de dióxido de carbono relacionado à cadeia alimentar humana. Índia e Indonésia mantêm baixas emissões de CO², o suficiente para cumprir a meta do Acordo do Clima de Paris. O acordo procura restringir o aquecimento global em 1,5ºC. “Esse estudo mostra que o consumo de alimento nos países do G20 é insustentável, requerendo a capacidade de produção de até 7,4 Terras, se adotado globalmente”, afirma João Campari, diretor mundial de Prática Alimentar do fundo ecológico WWF.

40% das emissões carbônicas da produção mundial de alimentos vêm da criação de gado e aves para abate, e de lixo alimentar, com o restante gerado principalmente pela produção de arroz, uso de fertilizantes, conversão de terras e desmatamento para acomodar safras comerciais. Carne vermelha e laticínios estão entre os alimentos menos sustentáveis e mais consumidos em excesso no G20. A Argentina excede em quase cinco vezes os limites da sustentabilidade climática, seguida pelo Canadá, Brasil, Estados Unidos, Rússia e Austrália.

“Diretrizes dietéticas nacionais são um fator que os países podem usar para impulsionar a urgente e necessária transformação para dietas mais saudáveis, sustentáveis, e em última análise, um sistema alimentar mais resiliente”, afirma o principal autor do relatório, Brent Loken. Ele aponta também o problema do desperdício de comida como especialmente grave nos integrantes do G20, com repercussões até mesmo na saúde mundial: “A atual pandemia mostrou quão fracassado é o nosso sistema alimentar. A comida que comemos e como a produzimos também são motores-chave da emergência de vírus letais como o Sars-Cov-2. Uma mudança na direção de dietas saudáveis e sustentáveis reduziria o risco de pandemias futuras”, conclui.

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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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