Na onda do oportunismo, a pandemia é prato cheio. No dia 12 passado, a Justiça determinou que fosse suspensa a propaganda do Tixan-Ypê. O produto, da Química Amparo Ltda, estava sendo anunciado como eliminador do coronavírus. O caso foi resolvido pela 2ª Vara Empresarial e de Conflitos relacionaos à Arbitragem, de São Paulo.
Além de suspender a propaganda, a Justiça mandou suspender a venda do produto e recolhimento das lojas de tudo o que estiver no mercado. De acordo com a decisão da Justiça paulista, não existe comprovação científica do fato.
A ação foi movida pela Unilever, fabricante da marca Omo, que alegou concorrência desleal pois a publicidade rival teria a capacidade de alardear os consumidores, e também iria de encontro às recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A embalagem do produto em questão possui uma arte chamativa com um texto dizendo que o sabão “combate e mata o vírus”.
“Toda e qualquer pessoa, menos ou mais esclarecida, exceto um especialista em vírus, ao avistar a embalagem nas gôndolas dos supermercados, imediatamente fará associação da propaganda ao combate do coronavírus. Não vejo como não vincular a figura de um vírus e a expressão ‘o vírus’ a outra coisa que não seja o coronavírus SARS-CoV-2”, escreveu na sentença a juíza Renata Mota Maciel.
Apesar da Química Amparo alegar que se refere a outros vírus e não especificamente ao que pode causar covid-19, a empresa está proibida de realizar novas campanhas publicitárias que façam alusão ao tema, sob pena de multa diária de R$ 50 mil para cada tipo de descumprimento.