O Facebook é a rede social que mais se espalhou pelo mundo. Quando surgiu, engoliu o Orkut rapidamente devido à forma de operar. E deu muito lucro, até que apareceu o movimento Stop Hate for Profit (Pare de Dar Lucro ao Ódio), uma vez que entendem que a rede não faz o que deveria para remover postagens com conteúdo racista e de ódio. Na semana passada, o Facebook deu um passo pífio, tímido nesse sentido, ao remover páginas que estariam ligadas ao discurso de ódio de grupos bolsonaristas. Mark Elliot Zzuckerberg não levou a lição do passado a sério no começo do movimento – no final do séculol 18, um movimento na Inglaterra pediu aos ingleses para boicotarem o que fosse produzido por escravos, e as pessoas pararam de comprar açúcar, apressando a abolição da escravatura.
Por causa de postagens de ódio e racismo, grandes empresas tiraram seus anúncios do Facebook, e isso significa prejuízo. No Facebook nada é de graça, a não ser a inscrição. Anúncios, postos patrocinados e direcionados, tudo é pago. Não é à toa que a empresa está avaliada em mais de 100 bilhões de dólares. Ford, Adidas, HP, Coca-Cola, Unilever, Starbucks são algumas empresas que aderiram ao boicote. Em maio, a Microsoft já havia suspendido seus anúncios no Facebook e no Instagram – e o Instagram é do Facebook. Em único, Mark Zuckerberg ficou mais pobre 60 bilhões de dólares, por causa de uma queda de 8% no valor das ações do Facebook.
É só o começo. Por causa de vídeos racistas e homofóbicos, o Youtube sofreu o mesmo tipo de boicote e aprendeu. O Google, que é dono do Youtube, sentiu de imediato o que era prejuízo e tratou de colocar as coisas no eixo. O Youtube se recuperou. O que faz o Facebook não reagir tão rapidamente como o Youtube é uma razão matemática – a maior parte de seu dinheiro vem de anúncios de empresas pequenas e médias, que não podem se dar ao luxo de ficar fora da rede social.
Na realidade, os problemas do Facebook começaram em 2016, quando ficou exposta a interferência de uma empresa, a Cambridge Analytica, na eleição do presidente americano Donald Trump – a Cambridge analisou dados dos usuários do Facebook para manipular a eleição. Agora o problema é a morte de George Floyd – negro, assassinado por um policial branco – que chamou a atenção para o discurso racista propagado na rede social. Mark Zuckerberg não quis censurar o conteúdo no primeiro momento por entender que ele não teria “postura de árbitro da verdade”.
A reação do Facebook já começou. A rede social já anunciou nova política onde proibirá mensagens relacionadas com o discurso do ódio ou discriminação. Afirmou também que vai identificar os conteúdos que considere de relevante valor jornalístico. No bolso dói – antes do boicote o Facebook faturava 73 bilhões de dólares por ano com publicidade, só perdendo para o Google. Nada como mexer no bolso…