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quinta-feira, 21 novembro, 2024

E então, como será o sexo no futuro?

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Em 1978 nasceu Louise Brown, resultado de fertilização in vitro. Era o primeiro bebê de proveta, coisa tornada possível pelos médicos Robert Edward e Patrick Steptoe, na Bourn Hall Clinic, em Cambridge, Inglaterra. Hoje estima-se que o mundo tenha oito milhões de pessoas nascidas com esse método. No futuro, esse número pode ser bem maior, uma vez que a cada dia há dianósticos precisos em embriões, eliminando-se os riscos genéticos. E isso leva muita gente a afirmar que haverá menos sexo no futuro, pelo menos em relação à procriação.

Henry Greeley, autor do livro O fim do Sexo e o Futuro da Reprodução Humana, afirma que “daqui 20 ou 40 anos, as pessoas com um bom plano de saúde escolherão gerar seus filhos num laboratório”. No livro, Greeley os desafios legais e éticos da ciência do diagnóstico genético. Mas isso deve ser superado com o tempo. “A população vai não apenas tolerar, vai preferir se reproduzir não sexualmente”.

E então vem a pergunta: Pra que sexo? Sempre há um propósito, e talvez seja somente por prazer. Já está provado que as pessoas fazem sexo para satisfazer impulsos biológicos. Em animais, isso se chama instinto. Por questão de cultura, o sexo não era bem visto. Ou pelo menos isso se dizia. Gregos e romanos eram conhecidos promotores de orgias. E finalidade de orgia é somente prazer. Na Idade Média, sexo sem casamento era quase um crime. Que o diga a rainha Vitória, da Inglaterra, moralista ao extremo. Bem diferente de Catarina, a Grande, czarina russa que colecionava amantes e promovia os melhores.

Alegava-se a moralidade como um princípio ético cristão. Mas (e sempre existe um mas),  no livro bíblico Cântico dos Cânticos, Salomão celebra o sexo de forma descarada, prazerosa, e não com finalidade de procriação. Na obra Primeiros Analíticos do século 4 a.C., o filósofo grego Aristóteles apresenta o seguinte: “Ser amado é preferível à relação sexual, de acordo com a natureza do desejo erótico. O desejo erótico então é mais um desejo de amor do que de relações sexuais. Se é sobretudo por isso, esse também é o seu fim. Ou a relação sexual então não é absolutamente um fim ou é para o bem de ser amado”.

Segundo Aristóteles, a verdadeira razão das pessoas fazerem sexo não é por vontade de sexo, mas por amar e serem amadas. Ele ainda afirma que amor e sexo caminham de mãos dadas. Se Aristóteles está certo, o sexo não tem propósito erótico. As pessoas têm relação com a comida por necessidade de sobrevivência, mas também gostam de fazer coisas dispensáveis. Sexo, por exemplo.

A chegada da pílula anticoncepcional parece ter consolidado o conceito que sexo é mesmo prazer. Para as mulheres, foi uma espécie de carta de alforria. O aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, reforçou ainda mais esse conceito – hoje praticamente todas as pessoas se previnem, com o uso de preservativos seguros. E se antes as pessoas tinham mais pudores com o sexo, a pílula e o preservativo figura como um certificado de garantia de que nada ruim vai acontecer se as pessoas fizerem sexo.

O estímulo para o sexo é enorme. Comerciais de TV insinuam sexo em seus produtos, direta ou indiretamente – em tempos passados o estímulo era a cena familiar. Prostitutas deixaram de ser prostitutas. Agora são escorts ou garotas de programa. Ou ainda acompanhantes. Elas se anunciam abertamente pela internet, com fotos e enumerando seus serviços. A própria liberdade que veio com a vulgarização do sexo incentiva a prática. Governos distribuem gratuitamente preservativos o ano todo, não só no carnaval. Questões sexuais são discutidas em salas de aula desde a infância. O mundo aprendeu aceitar as diferenças – não é mais feio ser gay ou lésbica. Faltou a Aristóteles a afirmação que no futuro o mundo será uma grande suruba.

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