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quinta-feira, 28 março, 2024

Precisamos falar sobre…o negro em busca de reparação e sua desnecessidade de um herói branco

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Falar sobre preconceito sempre foi necessário e urgente, ainda mais na situação em que estamos vivendo hoje com o levante de grupos de supremacia branca e todo o rompante de racismo que assola todo canto do mundo nessas últimas semanas. Muitos ainda se sentem em dúvida sobre quais são os comportamentos responsivos de acordo e quais seriam os exagerados nessa movimentação toda, mas a verdade pode ser explicada na origem de movimentos negros de Martin Luther King e Malcolm X, que podem muito bem ser elucidados a partir de dois ícones da cultura pop: Professor Xavier e Magneto, respectivamente.

No início dos anos 2000 fomos brindados com X-men O Filme e, além de desencadear toda uma cadeia de eventos subseqüentes ao mundo nerd, a visão de Brian Singer mostrou ao mundo justamente como cada visão de luta contra o preconceito tem uma base na história de cada pessoa e suas decisões. Tanto a forma pacífica e diplomática do Professor X, como a sede de vingança contra o Homo Sapiens de Magneto têm o mesmo objetivo de acabar com o preconceito a tais minorias. Uma das formas de se ilegitimar os discursos de quem se manifesta como oprimido é contestar a forma como o indivíduo se expressa, demonstrando total desrespeito por uma luta que talvez não seja de quem esteja contestando. É possível tratar Magneto como um vilão, quando não se pratica empatia para com ele, ignorando que durante a guerra ele foi separado de sua família, torturado em campos de concentração e tudo pelas mãos do “homem de bem”.

Com isso, o primeiro cuidado para com o personagem e suas origens é não associar sua forma de comunicação à sua posição na história como herói ou vilão, simplesmente não associando tais palavras e ações como marginalização sem fundamento. E é assim aqui na vida real, também. Quando se julga um discurso em palavras menos polidas, ou ações mais truculentas em resposta ao preconceito, esse tipo de mensagem é tido como ofensivo e sem propósito, mas é aí que reside a verdadeira essência da mensagem e é daí que se pode entender a dor de quem sofre. Essa é a linha de frente da mensagem, extrai-se daí o objetivo real, mas a sociedade acostumou-se a receber apenas mensagens no modus operandi do homem cis branco, em que somente seu discurso diplomático e previamente trabalhado é ouvido.

Mesmo nas histórias do personagem negro, a figura do branco torna-se elemento chave para a vitória do oprimido. Isso pode muito bem ser notado em obras como Histórias Cruzadas ou Estrelas além do Tempo, onde o privilégio branco se mostra tão aparente a quem sofre com o racismo e suas derivações ou para as visões já sensíveis a esse tipo de “intrometimento”, podendo ser atrelado ao movimento #blacklivesmatter e à necessidade de dar voz à própria população negra, ao invés de continuarmos ouvindo os brancos falando sobre as lutas negras e necessidades destes. É preciso identificar as atividades dos personagens brancos cuja função é desfazer os feitos de outros personagens brancos, cujos objetivos são de perpetuar o racismo com privilégios por serem brancos. A redundância toda está calçada aí e a urgência da compreensão desse tipo de situação deve ser vista com mais cuidado em todo tipo de filme, série e na vida real para darmos os méritos totais aos verdadeiros protagonistas e suas devidas falas, de forma a não deslegitimar tanto sua luta, como sua imagem perante seus iguais.

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