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sexta-feira, 29 março, 2024

Por que os palavõres de Bolsonaro e seus ministros incomodam tanto?

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A divulgação de vídeo de uma reunião do presidente Bolsonaro e seu ministério mostrou que palavrões não são coisas somente de botequim

O palavrão, ou palavra de baixo calão, está no dia-a-dia de praticamente todos os brasileiros. Usado para os mais diversos fins, faz parte da cultura do povo, embora a recomendação seja para não usá-lo. No mês passado, o STF ordenou que fosse divulgar uma reunião do presidente Bolsonaro com seu ministério, e então se descobriu que o palavrão está presente na mais alta esfera do País. Começando pelo presidente, que foi o recordista nos palavrões nessa reunião.

Bolsonaro – e isso não é defesa do presidente – não é o único governante a falar palavrões. O País já teve mais presidentes bocas-sujas. Getúlio Vargas falava seus palavrões, assim como os presidentes Médici e João Figueiredo (quando os presidentes eram militares), Collor de Mello e Itamar Franco. Mas os palavrões presidenciais foram ditos numa época em que nem se pensava em gravar uma reunião de ministério e não havia internet para divulgar tal reunião.

Em tese, a sociedade (hipócrita, como tudo) admite palavrões em jogos de futebol, em bares, em churrascos predominantemente masculinos e em outros ambientes nada puros, como prostíbulos ou clínicas de massagem. Mas nos dias de hoje o palavrão está em todo lugar. Entre as mulheres está ficando comum o uso de palavrão. Soa como uma espécie de libertação, de demonstração de igualdade.

Novelas – notadamente as da TV Globo – sempre têm palavrões, assim como programas de variedades e entrevistas, independentemente do horário. Soa então como hipocrisia a própria Globo criticar os palavrões de Bolsonaro e seus ministros.

Em tempos passados, crianças que estudavam em colégios de padres ou freiras precisavam lavar a boca após soltar um palavrão. Além disso, havia a penitência a ser cumprida. E crianças falam palavrões, ainda hoje, sem saber o que exatamente estão dizendo.

E, a título de informação estatística, há um ranking daquela reunião. O presidente Bolsonaro falou merda 5 vezes, bosta (7), porra (8), foder (2), putaria (4), puta que o pariu (2), filho da puta (2) e cacete uma vez. O segundo colocado é o presidente da Caixa, Pedro Guimarães: falou porra 3 vezes e foder outras 3. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro-chefe da Casa Civil ficam empatados em último lugar, com um palavrão cada – Guedes falou porra e Braga Netto caralho.

Bolsonaro é conhecido por “falar merda”

Embora tenha uma legião de fiéis seguidores, um exército como se proclamam, o presidente Bolsonaro é conhecido por suas declarações no mínimo polêmicas, mas que em geral caem no agrado do chamado povão. Assim foi quando disse que não estupraria a deputada federal Maria do Rosário porque ela é muito feia, ou quando discutiu com Preta Gil, em 2011, quando era deputado federal.

“Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu” – ele havia sido questionado sobre seu comportamento caso um de seus filhos se apaixonasse por uma negra.

Outras merdas foram ditas sobre o regime militar, como “Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso” (em um programa de TV, em 1999). E “O erro da ditadura foi torturar e não matar” (em junho de 2016). Também se pronunciou sobre a adoção de crianças por casais gays: – “90% desses meninos adotados vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa com toda certeza desse casal” .

Pelo tipo de declarações, melhor é Bolsonaro ficar nos palavrões. Talvez incrementando o repertório. E filhos, como sempre, têm no pai um exemplo: Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro, mandou o PT e o Psol tomarem no c*.

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