I close my eyes; Only for a moment; And the moment’s gone (*) “Eu fecho meus olhos; Apenas por um momento; E o momento se foi”. O ano era 1994; eu estava rodeado de Cláudias, minha amável filha e, no trabalho, as jornalistas Figueiredo e a Marin. Fui pautado para uma festa onde na recepção, corredores, espalhadas estavam impressionantes ilustrações. Aqueles quadros não eram telas nem esculturas. As pessoas comentavam extasiadas o quê viam. E cada uma via uma coisa. Eu fui logo pro “Quem? Onde? Como?”. Não parecia haver relação entre o evento e as figuras. Alguém me falou: Isto é olho mágico, afaste-se e fique vesgo pra você ver outras formas tridimensionais escondidas nas imagens! Enquanto a banda Kansas enchiam meus ouvidos de poeira: I close my eyes; Only for a moment; And the moment’s gone…O Olho Mágico foi uma febre mundial tal qual o WhatsApp e o Facebook são hoje.
Olho Mágico era um produto de consumo de massas. Livros, pôsteres, gibis da época traziam desenhos e fotos misturadas e repetidas, para que as pessoas pudessem enxergar em três dimensões (3D). Desenvolvido a partir do estereograma de 1959, do psicólogo e neurocientista Bela Julesz, que iria provar que a profundidade era percebida pelo cérebro e não pelos olhos. No início dos anos 80, dois estudantes de computação, Chris Tyler e Maureen Clark, começaram a montar desenhos e fotos, repetidas, sobrepostas, para criar o tal efeito 3D. Perceberam que cada olho pode ver uma coisa; juntando o que o outro vê, o cérebro vai ter uma terceira visão ou o tridimensional. Em 1991, o engenheiro Tom Baccei, o artista Cheri Smith e o programador Bob Salitsky desenvolveram finalmente o produto Olho Mágico que chegou às bancas de jornal. E vieram Olho Mágico II, III, camisas, capas de discos, chaveiros etc.
(*) Dust in the Wind é uma música do Kansas (1977). Foi gravada também por Sarah Brightman (1998), Scorpions (2001) e outros.
Galdino Mesquita
