Segundo o IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – desde 30 de maio seu salário já é seu. O governo já engoliu sua parte
O Brasil, mais uma vez, figura entre os países com maior carga tributária do mundo, e isso se reflete nos dias trabalhados anualmente pelos seus cidadãos para pagar tributos federais, estaduais e municipais. De acordo com o mais recente estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT – todos os tributos somados somam mais de 41% do salário do brasileiro médio. “Por detrás desse número, foi identificada uma carga tributária injusta, pois grande fatia dessa média vem dos impostos pagos sobre o consumo, 23%, depois renda, 15% e, por último, o patrimônio, com 3%”. Este ano, o brasileiro trabalhou até 30 de maio para pagar impostos”, afirma o presidente do IBPT e um dos coordenadores do estudo, João Eloi Olenike.
Segundo dados do estudo, houve crescimento frente aos outros anos, com um dos fatores sendo o aumento no número de tributos a partir de 2015. Uma simples comparação: em 2001, eram necessários 130 dias de trabalho para pagar os tributos todos. Hoje, são precisos 151 dias, um crescimento de 16%. “Esse crescimento no número de dias trabalhados para pagar tributos foi calculado e apresentado por décadas pelo IBPT, demonstrando que hoje, trabalhamos quase o dobro do que na década de 70”, afirma Olenike.
O Instituto também apresentou um comparativo com as maiores economias do mundo, inclusive os Estados Unidos. Por lá, o americano trabalha 96 dias para pagar seus impostos – são 36% menos dias quando comparado com o Brasil.
“Entre os dez países onde mais se trabalha para pagar impostos no mundo, o Brasil está em 9ª posição, entre países como Dinamarca e Alemanha, considerados altamente desenvolvidos e com índices de retorno bem diferentes que aqui, que, em todas as edições do IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade) ficou como último colocado”, afirma Olenike. O estudo levou em consideração, neste ano, a diminuição das atividades econômicas do país, em virtude do surgimento da covid-19, que reduziu a produção e circulação de riqueza no país. “Também informamos que todos os cálculos desse estudo foram feitos levando-se em conta que 2020 é bissexto, portanto, com 366 dias”, conclui o especialista.