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sexta-feira, 29 março, 2024

O balão de Bolsonaro

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Que o Supremo Tribunal Federal (STF) está com as asinhas bem crescidas ninguém duvida. Chega ao cúmulo de produzir leis – traduzidas por súmulas – que jamais foi sua competência. Interfere em tudo, ao sabor das opiniões e convicções de seus ministros. Ministros da mais alta instância da Justiça, apesar da maioria nunca ter sido juiz. Nem de futebol de botão.

Há alguns dias, Bolsonaro nomeou novo chefe para a Polícia Federal. O STF não gostou e meteu o bedelho, impedindo tal nomeação. O assunto se tornou polêmico. Afirmou-se, por exemplo, que a nomeação tinha objetivo de impedir investigações da Polícia Federal em casos que supostamente envolvem a família do presidente. O caso da vereador Mairelle é um deles.

Na ocasião, emissoras de TV viúvas de verbas oficiais deram destaque exagerado ao ato insano do STF.

Aproveitaram para colocar outras ameaças no ar, como o fato do presidente não haver ainda tornado público o resultado de seu exame para a covid-19. Um ministro chegou a dizer que essa negativa do presidente poderia ser motivo para impeachment. O troco às afirmações desse ministro veio em redes sociais, onde se questionou que Lula nunca fez bafômetro, Dilma nunca mostrou atestado de escolaridade e Fernando Henrique não apresentou atestado isentando-o de senilidade.

Os dias se passaram e Bolsonaro resolveu não enfrentar o STF. Por ora. Estrategicamente, nomeou outro chefe para a Polícia Federal, amigo e braço direito do antigo nomeado. Nomeou-o e meia hora depois lhe deu posse. Um tremendo passa-moleque no STF, que até agora deve estar tentando entender o que aconteceu.

Há quem o condene por isso. Mas é preciso entender que para governar no meio dessa bandidagem, só mesmo estratégia militar. E estratégia militar significa, principalmente, saber como pensam seus inimigos. Bolsonaro já sabe.

Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, quer ser primeiro-ministro, mandar de fato. Mas precisa, para isso, implantar o parlamentarismo. O nosso sistema é presidencialista. O Congresso quer governar, mas essa não é sua função. O STF quer mandar. E essa também não é sua função.

Aos poucos, os recados estão chegando, e só não os entende quem não quer. O vice-presidente Hamilton Mourão subiu o tom nesta semana, ao afirmar que “é preciso que os poderes navegem dentro do limite de suas responsabilidades”. Traduzindo: que cada um fique no seu quadrado. Bolsonaro já afirmou que sua paciência está chegando ao fim. E que também quanto mais o atacam mais quer ficar. Ficou claro?

Bolsonaro está rodeado por ministros e secretários oriundos do meio militar. Alguns mais ponderados, outros mais radicais. Com tantos recados, já dá para antever o que vem por aí caso essa bandidagem insista em interferir no governo. Não é a melhor solução, mas é a única possível. Sentido!

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