Cidade criada no meio do deserto vive do jogo e do turismo. Mas há mais de dois meses está completamente parada, vazia. Tudo por causa da pandemia.
Las Vegas, no estado americano de Nevada, é conhecida no mundo todo por seus cassinos e shows de gente famosa. Também é conhecida por abrigar cerimônias de casamento que na realidade não valem nada, são apenas encenação. Mas que agradam noivas e noivos. Só uma das capelas, a Viva Las Vegas, faz em média 300 desses casamentos por mês.
Inúmeros filmes, com ou sem mafiosos, tornaram os cassinos de Las Vegas conhecidos no mundo. Há quem diga que a Máfia controla boa parte deles, mas aí é outra história. A cidade, que tem dois dos três milhões de habitantes de Nevada, também é conhecida por sua vida que não para um minuto sequer.
Não parava. Há pouco mais de dois meses Las Vegas pode ser considerada uma cidade fantasma. Todos os cassinos estão fechados por ordem do governo. Poucos hotéis estão funcionando e com capacidade reduzida. Comida? Nada de restaurantes suntuosos dos hotéis – só em domicílio. Sua principal avenida, a Strip, onde está a maioria dos cassinos e hotéis, virou parque infantil, onde crianças jogam beisebol, passeiam de bicicletas e de skate. O aeroporto está deserto.
O prejuízo é grande. O cálculo é que 370 mil moradores de Las Vegas dependam do turismo. Só para se comparar: Las Vegas tem 150 mil vagas em hotéis, com ocupação média de 90%. Nova Iorque tem muito menos que isso. O turismo levou a Las Vegas em 2018 57 bilhões de dólares, ou mais da metade do PIB do estado de Nevada.
Quando tudo isso terminar, certamente o cenário será outro. Muitos cassinos deverão fechar, assim como hotéis e restaurantes. Os que sobrarem precisarão reconquistar a confiança dos jogadores – o jogo é o motor de Las Vegas. Mas enquanto isso durar, haverá filas de gente sem emprego, sem comida, sem dinheiro e sem lugar para dormir. Agora é a cidade do pecado de verdade.
