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terça-feira, 26 novembro, 2024

Templo da perdição: tortura, estupros e humilhação em Caieiras

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Um verdadeiro castelo na Serra da Mantiqueira, em Caieiras, teria sido um local de tortura, estupro e humilhação. A denúncia é do Ministério Público, que investiga o caso. Os envolvidos são um grupo católico ultraconservador, dissidentes da Tradição, Família e Propriedade (TFP), os Arautos do Evangelho.

Os Arautos do Evangelho surgiram há 20 anos. A organização foi fundada pelo monsenhor João Clá Dias, que até então pertencia à TFP. Atualmente os Arautos do Evangelho têm 15 colégios no Brasil, com pouco mais de 700 alunos em regime de internato. Os Arautos são reconhecidos pelo Vaticano como associação religiosa.

As denúncias começaram no ano passado, quando 40 pessoas procuraram o Ministério Público de Caieiras, relatando humilhações, assédio, abuso psicológico e estupro. Algumas mães, que haviam notado mudança de comportamento dos filhos, estão entre as denunciantes – os Arautos teriam incentivado o afastamento das famílias por considerar seus ensinamentos mundanos.

Não só mães fizeram denúncias. Uma ex-interna relata abuso sexual e estupros. Há Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Caieiras. Ela contou que aos 13 anos foi acordada por sua superiora, no alojamento, para tomar banho. Foi quando notou que estava com seu órgão sexual irritado e com sangramento. Ela acredita que tenha sido dopada e violentada.

Outra denunciante vive hoje no Canadá. Ela contou ao MP que esteve em regime de internado no castelo dos Arautos, em Caieiras, e que dos 12 aos 16 anos recebeu carícias nas nádegas e nos seios. Essas carícias eram feitas pelo fundador dos Arautos, João Clá, que há dois anos renunciou à presidência da associação.

Uma outra, colombiana, veio para o Brasil com 11 anos e passou dois anos no castelo dos Arautos. Ela foi chamada à sacristia por João Clá, após uma missa, e viu quando ele beijou outra menina. Depois ela também foi beijada na boca. Paqra João Clá, “elas estavam recebendo a graça”.

Os Arautos negam todas as acusações, apesar de serem flagrantes as violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente e à Constituição. As denúncias haviam sido arquivadas há algum tempo, mas a advogada de algumas famílias conseguiu reabrir o caso no Conselho do Ministério Público.

Direito de Resposta

A Associação Arautos do Evangelho do Brasil informa:

A informação publicada pelo NOVO TEMPO de que padres da instituição teriam estuprado uma pessoa, é falsa e agride a Instituição na medida em que afirma a ocorrência de um crime que não existiu.

A reportagem se baseou em elementos falsos, divulgando informação caluniosa, cuja falsidade já era possível identificar desde o Boletim de Ocorrência, gerando desinformação à população e prejuízo moral aos Arautos do Evangelho.

Depois de ouvidos todos os envolvidos, a Delegada concluiu que:

  • Não há indícios da ocorrência do fato.
  • A versão da denunciante é fantasiosa e não crível.
  • Ninguém deverá ser indiciado.

Desta forma, a Associação Arautos do Evangelho do Brasil vem neste momento reestabelecer a verdade.

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