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sábado, 28 setembro, 2024

Violência contra mulheres disparou em 2018

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O ano passado foi terrível para as mulheres. Os crimes de feminicídio e de tentativa de assassinato dispararam no país. Em alguns casos, mais do que dobraram. E 2019 começou ainda mais violento. Os números mostram que a covardia cresce no Brasil, reflexo, segundo especialistas, de uma cultura de tolerância e banalização da agressão contra a mulher.

Dados mostram que 92.323 denúncias foram registradas e encaminhadas pelo Ligue 180, canal do agora Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos — 25,3% a mais do que no ano anterior. Em 2017, foram 73.669.

Para se ter dimensão da barbárie, 391 mulheres foram agredidas por dia em dezembro, mês no qual 12.123 se tornaram vítimas de todo o tipo de violência. Em relação ao mesmo período de 2017, o número mais que dobrou. À época, 6.024 denunciaram abusos.

As 26 páginas do balanço comparativo do Ligue 180 escancaram um cenário que exige atenção. O assassinato de mulheres também cresceu. O crime aumentou 63% passando de 24 assassinatos entre julho e dezembro de 2017, para 39 no mesmo período de 2018. As tentativas de feminicídio saltaram de 2.749 para 4.018 no mesmo recorte de tempo: alta de 46%. Apesar de assustador, o dado é considerado subnotificado, porque nem todos os casos são declarados.

O canal de denúncia passou a registrar feminicídios desde julho de 2017. Para a violação existem duas tipificações: o feminicídio, quando uma terceira pessoa informa sobre uma mulher vítima do crime; e a tentativa de feminicídio, na qual a vítima ou outra pessoa informam a agressão. Contudo, nem todos os casos são denunciados pelo canal. Em 2017, por exemplo, o Anuário de Segurança Pública registrou 946 feminicídios.

A fundadora da Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude, Dalila Figueiredo, é categórica. “Estamos diante de uma situação gravíssima”, alerta. Para ela, a questão deve ser trabalhada nas escolas. “Precisamos educar para uma vida livre de violência. Eliminar a idéia de que a mulher se torna um objeto e é propriedade de um homem. Para isso, é preciso desenvolver outra consciência de masculinidade, trabalhar no adolescente o comportamento agressivo. Somente assim, a cultura começará a mudar. Às vezes, o homem reproduz aquilo que ele assistiu em casa”, explica.

Dalila reconhece que romper o ciclo da violência é difícil. “As mulheres estão morrendo com a medida protetiva dentro da bolsa. Temos de reabilitar o agressor. Porque, se ele não se tranformar, vai mudar de casa e de esposa e agredir novamente. Os serviços devem ser capazes de dar resposta a quem precisa”, afirma.

De acordo com o anuário brasileiro de segurança pública, existem apenas 443 delegacias especializadas no atendimento às mulheres em situação de violência em todo o país. Isso significa que menos de 10% dos 5.570 municípios do país, além do DF, contam com o serviço.

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