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quinta-feira, 25 abril, 2024

A Internet está nos fazendo regredir?

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Quantas postagens de redes sociais nós conseguimos absorver por dia? Quantas postagens as redes sociais nos entregam por dia? Será que nós aproveitamos tudo o que vemos nas redes? Aproveitamos metade? Um terço? Quase nada? Ou nada?

Quantas dicas nós vimos nas redes sociais e realmente as seguimos? Sobre investimentos, sobre os “Do It Yourself”, tutoriais de manutenção, instalação, etc…Quantas notícias já lemos e pudemos nos aprofundar no caso? Quanto conhecimento não foi feito de “ctrl + c; ctrl +v”, o famoso “copia e cola”? Como nada é polarizado, um ou outro conteúdo nós soubemos aproveitar, entretanto, se compararmos com todos os outros conteúdos que chegam até nós, a conclusão é a mesma de Mário Sérgio Cortella: nós acabamos não por navegar na rede, mas por naufragar nela.

Nicholas Carr, um estudioso das consequências da internet no cérebro humano, afirma que nós não estamos preparados para receber tanta informação. A velocidade informacional não é acompanhada pelo nosso cérebro. A sociedade aumentou tanto o fluxo informacional nesses últimos 60 anos que o nosso corpo não foi capaz de se adaptar.

Uma das maravilhas desses últimos anos é a palavra “multitasking”, ou “multitarefas”. Quem é capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo, ou melhor, processar várias informações ao mesmo tempo, como ligar para o cliente, fechar um trabalho e se preparar para a palestra que acontecerá em 5 minutos, é com certeza, um indivíduo almejado no mercado de trabalho, e “adaptado” ao novo mundo.  Curiosamente, Byang Chul Han mostra que o multitarefa é, na verdade, uma capacidade primitiva humana. Há milhares de anos, ao mesmo tempo em que tínhamos que comer (época em que éramos carniceiros), nós também tínhamos que nos preocupar com outros predadores, cuidar do bando e estar o tempo inteiro preparado para fugir. Naquela época, também precisávamos processar informações ao mesmo tempo.

Ser multitarefas era muito importante antes, mas acabamos ao longo do desenvolvimento da raça humana equilibrando tal capacidade com a de aprofundamento dos conteúdos. Daí vieram os mitos, as filosofias, a matemática, a ciência em geral, todo o conhecimento ímpar do ser humano. Com o aprofundamento, fizemos muito com pouco. Hoje, com o excesso de informação, parece que estamos fazendo pouco com muito. Mais uma vez: será que nós aproveitamos tudo o que vemos nas redes?

por Leonardo Torres – Palestrante, Professor e Doutorando em Comunicação e Cultura Midiática

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