No final do século 19, os fazendeiros paulistas principalmente, começaram perder a mão-de-obra escrava – coisa que ficou definitiva em 1888 com a assinatura da Lei Áurea. Prevendo o fato, pressionaram o governo por indenizações. Encontraram a solução importando trabalhadores. E a Itália, que vivia época de penúria, dividida e quase que sem comando, incentivou a emigração.
Neste ano completam-se 130 anos do início da imigração italiana no Brasil. Oficialmente. Na realidade, os italianos começaram chegar pouco depois de 1850. O Brasil montou escritórios na Itália, que faziam propaganda e divulgavam o país como sendo a terra das oportunidades. A prioridade era para as famílias. Os italianos vinham com a ilusão de que aqui as terras eram produtivas, férteis, grandes e baratas.
No começo do século 20, a prioridade passou a ser trabalhadores sozinhos. De preferência solteiros. O fluxo de imigração foi intenso até os anos 1920. Mas a 1ª Guerra Mundial e o excesso de mão-de-obra no Brasil colocou um breque na imigração. E a própria Itália passou a controlar melhor a saída de seus trabalhadores.
Nem todos os italianos ficaram nas lavouras, principalmente de café. Muitos passaram a cultivar uvas, que já conheciam. Outros passaram a morar nas cidades, empregando-se em fábricas e no comércio. Os urbanos ganharam fama de anarquistas. Os rurais, de excelentes trabalhadores.
Em Jundiaí foi criado um núcleo para receber os imigrantes – o Núcleo Colonial Barão de Jundiaí, atual região da Colonia. O núcleo foi implantado pelo presidente da Província de São Paulo (atual estado), Antonio de Queiroz Telles, o Conde de Parnaíba, filho do Barão de Jundiaí.
A influência dos italianos é latente. Foram eles que tornaram as casas mais elegantes – eram bons serralheiros, bons carpinteiros e excelentes pedreiros. Calcula-se que em todo o Brasil haja 30 milhões de descendentes de italianos, tratados pela Itália como oriundi, com direito à cidadania italiana.
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Para comemorar os 130 anos da imigração italiana, está marcada uma missa na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Colonia. Uma missa a ser celebrada em italiano, no dia 30 deste mês, às 10h30. 70 famílias de origem italiana serão homenageadas. E depois da missa, a italianada vai fazer o que melhor sabe – um almoço num bufet local.
À missa deverão comparecer autoridades, dentre elas o vice-cônsul da Itália Antonio Cordone. E as comemorações não ficam nisso. “A partir de agora este evento fará parte do calendário da cidade. Realizado sempre nesta época do ano, terá como objetivo homenagear o padroeiro da Itália, São Francisco de Assis, comemorado em 4 de outubro”, explica o coordenador do evento, Edelcio Foradori.
E quem se interessar em participar do almoço pode reservar seu convite com Luciane, na secretaria da paróquia. O telefone é 4586-1406.