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quarta-feira, 27 novembro, 2024

Papais falam da experiência em assistir ao parto dos filhos

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Difícil traduzir em palavras o sentimento de ser pai, seja pela primeira vez ou pela terceira, quarta ou quinta. O amor de quem acompanha do lado de fora os nove meses de gestação, tentando sentir cada chute, imaginando o rostinho do bebê a cada ultrassom e contando os dias para ter nos braços o rebento é o mesmo de quem carrega no ventre a tão esperada criatura. A diferença é a expectativa, afinal, na hora do parto, o pai é um ansioso coadjuvante. No Hospital Universitário de Jundiaí (HU) nascem cerca de 300 bebês a cada mês. Alguns pais falam de suas experiências.

“A lágrima salta dos olhos e corre pelo rosto sem a gente perceber”, diz o vigilante Edinaldo Secundo Silva, 41 anos, que tem sete filhos, mas assistiu pela primeira vez a um parto. “Eu estava com medo, mas pensei no amor que tenho pela minha esposa – Patrícia Batista – e pelo meu filho, isso me ajudou a superar tudo e foi emocionante”, declara.

Silva explica que Luciano, seu filho, foi uma inspiração divina. “Nós queríamos muito que fosse uma menina, mas pouco depois de Patrícia descobrir a gravidez, meu pai faleceu e nós descobrimos que seria um menino, foi Deus que quis assim e nós ficamos muito felizes, demos ao nosso bebê o mesmo nome que meu pai”, conta emocionado.

Apesar de ter uma boa experiência na função de “pai”, Silva afirma que está meio enferrujado, mas que dominará o oficio de trocar fraldas, dar banho, colocar para dormir e outros cuidados que o pequeno Luciano irá precisar. Estresse mesmo, só daqui alguns anos. “Minha única preocupação será com a educação, com o estudo, é o principal! Sempre digo aos irmãos dele: eu trabalho hoje para dar escola e um futuro para vocês”, aconselha.

Por hora, Silva quer apenas aproveitar cada minutinho ao lado do caçula. “É a coisa mais maravilhosa do mundo”, resume ele quando questionado sobre a definição de ser pai.

Marinheiro de primeira viagem

Assistir ao nascimento da primogênita Heloisa não foi uma tarefa muito fácil para Diego Henrique Nascimento, 30 anos, pintor industrial. “Eu estava um pouco nervoso por ser a primeira vez, mas foi tudo muito rápido”, se recorda. “Eu estava conversando com minha esposa – Josiele Nascimento – e quando vimos a bebê já tinha nascido”, conta orgulhoso.

 
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Passado o nervosismo inicial, o momento foi de pura alegria. “Não via a hora de contar para a família, dizer que elas estavam bem e deixar todos tranquilos”, diz. E a família vai participar desta história por um bom tempo. Nascimento disse que não fez nenhum cursinho para aprender a ninar, trocar as fraldas ou embalar o soninho de Heloisa, mas que isso não será problema. “Foi uma gravidez planejada, desejamos muito este bebê. Então, superaremos tudo com o maior prazer e, claro, com a ajuda da sogra que ensinará tudo direitinho”, brinca. “Acho que a maior dificuldade vão ser as noites de sono mal dormidas”, sorri.

Quanto ao futuro da pequena Heloísa, Nascimento diz que o receio é com relação ao rumo que o mundo está tomando. “Já não temos segurança, a economia está incerta, não temos bons políticos. Isso dá medo do futuro”, lamenta. “Mas farei o máximo que eu puder por ela, sendo um pai presente, orientando ela para o bom caminho e dando meu apoio”.

Para o dia dos pais, Nascimento dispara: “a mãe passou o dia das mães com ela na barriga, eu vou passar dia dos pais com ela nos braços”, comemora com um largo sorriso de satisfação.

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